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"Short selling": Os "hedge funds" que estão a apostar na bolsa portuguesa

São sobretudo "hedge funds" britânicos os especuladores que mantêm posições curtas em empresas portuguesas. Saiba quais são.

Marshall Wace, o especulador com residência fixa em Lisboa

Marshall Wace, o especulador com residência fixa em Lisboa
O Marshall Wace é um dos "hedge funds" que mantém posições curtas na bolsa portuguesa. Fundado em 1997 por Paul Marshall e Ian Wace, esta firma é responsável por um património de cerca de 22 mil milhões de dólares. Na bolsa lisboeta está agora a apostar na queda de três empresas: BCP, Pharol e Sonae. No passado, já ganhou vários milhões com participações a descoberto em Lisboa, nomeadamente no BES. Semanas antes do resgate, foi o primeiro a revelar uma posição curta no banco entretanto intervencionado, uma participação que, segundo o Wall Street Journal, terá permitido ao "hedge fund" encaixar 27 milhões de euros.

Lansdowne Partners faz mira à Mota-Engil e à REN

Lansdowne Partners faz mira à Mota-Engil e à REN
Sediado em Londres, o "hedge fund" Lansdowne Partners foi criado em 1998 e é um dos mais antigos na Europa, gerindo um património superior a 21 mil milhões de dólares. É outro "clássico" da bolsa portuguesa, tendo já apostado na queda das acções de várias empresas portuguesas. Actualmente, detém posições curtas na Mota-Engil (0,51%) e na REN (2,01%). Durante a crise financeira fez milhões de euros com a aposta na queda de vários títulos da banca. Contudo, no último ano, o principal fundo da entidade registou a primeira queda desde 2012, com o forte desempenho de companhias como a Glencore - a maior posição a descoberto na carteira - a disparar mais de 200%.

Como Clifforf Asness está a pôr os robôs aos seu serviço

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O bilionário Clifford Asness entrou na indústria dos "hedge funds" para mudar a filosofia de investimento destes fundos. Ao contrário de outros "hedge funds", o AQR Capital Management foca as suas estratégias de investimento em modelos de algoritmos, que ajudam a identificar as acções mais vulneráveis no mercado. A firma criada por Asness, antigo quadro do Goldman Sachs, gere 188 mil milhões de dólares e tem registado um dos crescimentos mais rápidos da indústria a nível global, segundo a Forbes. Detém actualmente a maior posição a descoberto no BCP (1,01%). No passado, já apostou na queda de outras empresas nacionais, como a EDP Renováveis.

BlackRock também mantém posições especulativas em Lisboa

BlackRock também mantém posições especulativas em Lisboa
A maior gestora do mundo tem um vasto leque de investimentos em Lisboa. A maior parte das apostas são na subida, mas há também estratégias em que a BlackRock procura ganhar com a queda de acções na bolsa lisboeta. A instituição liderada por Laurence D. Fink mantém desde Abril uma posição a descoberto nos CTT - superior a 1% - , mas já chegou a contar com várias posições curtas no PSI-20. Com mais de 5,4 mil milhões de dólares sob gestão, a empresa mantém uma estratégia de investimento activa a nível global, conjugando posições longas e curtas. Apesar de ter ameaçado bloquear o investimento a activos portugueses devido às perdas no BES, é uma das gestoras com posições mais valiosas na bolsa e na dívida portuguesa.
08 de Julho de 2017 às 15:00
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Portugal tem vindo a recuperar a confiança dos investidores mundiais nos últimos meses, acelerando uma recuperação da bolsa nacional para valores de Dezembro de 2015. Mas os máximos das empresas portuguesas aceleraram um acréscimo das apostas negativas em Lisboa. Há mais de 200 milhões de euros em posições a descoberto no PSI-20.

 

Os vários recordes das cotadas portuguesas estão a atrair a atenção de alguns dos maiores "hedge funds" europeus e americanos que adoptam posições mais arriscadas. Estes mantêm participações a descoberto em sete cotadas portuguesas.

BCP, CTT, REN, EDP, Sonae, Pharol e Mota-Engil são as empresas portuguesas com posições a descoberto superiores a 0,5% – percentagem a partir do qual é obrigatório o reporte de participações – reportadas no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A REN é actualmente a companhia com a maior percentagem na mão dos especuladores (2,51%), seguida pelo BCP e pelos CTT (2,31% e 2%, respectivamente).

Na Pharol, as apostas negativas reportadas são de 1,85%, num momento em que os investidores continuam à espera da reestruturação da sua participada brasileira Oi. Já na EDP, Sonae e Mota-Engil as participações a descoberto são inferiores a 1%.

No total, estas posições negativas em cotadas do PSI-20 estão avaliadas em 225,5 milhões de euros, tendo em conta as capitalizações bolsistas destas empresas na sessão desta segunda-feira.

Os "hedge funds" com sede no Reino Unido destacam-se entre os investidores que detêm mais apostas negativas na bolsa lisboeta. O Marshall Wace detém posições curtas em três companhias, com participações negativas avaliadas em 44,4 milhões de euros.

 

Já o também britânico Lansdowne Partners, que está a fazer "short selling" na REN e na Mota-Engil, mantém posições com um valor de mercado superior a 32,3 milhões.

AQR Capital Management, Oceanwood Capital Management, BlackRock e Oxford AM são algumas das entidades que também estão a antecipar a evolução negativa das acções de algumas empresas em Lisboa. Estratégias negativas que se intensificaram após a "chuva de máximos" dos últimos meses.

 

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