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"Short selling": Os "hedge funds" que estão a apostar na bolsa portuguesa
São sobretudo "hedge funds" britânicos os especuladores que mantêm posições curtas em empresas portuguesas. Saiba quais são.
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Portugal tem vindo a recuperar a confiança dos investidores mundiais nos últimos meses, acelerando uma recuperação da bolsa nacional para valores de Dezembro de 2015. Mas os máximos das empresas portuguesas aceleraram um acréscimo das apostas negativas em Lisboa. Há mais de 200 milhões de euros em posições a descoberto no PSI-20.
Os vários recordes das cotadas portuguesas estão a atrair a atenção de alguns dos maiores "hedge funds" europeus e americanos que adoptam posições mais arriscadas. Estes mantêm participações a descoberto em sete cotadas portuguesas.
BCP, CTT, REN, EDP, Sonae, Pharol e Mota-Engil são as empresas portuguesas com posições a descoberto superiores a 0,5% – percentagem a partir do qual é obrigatório o reporte de participações – reportadas no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A REN é actualmente a companhia com a maior percentagem na mão dos especuladores (2,51%), seguida pelo BCP e pelos CTT (2,31% e 2%, respectivamente).
Na Pharol, as apostas negativas reportadas são de 1,85%, num momento em que os investidores continuam à espera da reestruturação da sua participada brasileira Oi. Já na EDP, Sonae e Mota-Engil as participações a descoberto são inferiores a 1%.
No total, estas posições negativas em cotadas do PSI-20 estão avaliadas em 225,5 milhões de euros, tendo em conta as capitalizações bolsistas destas empresas na sessão desta segunda-feira.
Os "hedge funds" com sede no Reino Unido destacam-se entre os investidores que detêm mais apostas negativas na bolsa lisboeta. O Marshall Wace detém posições curtas em três companhias, com participações negativas avaliadas em 44,4 milhões de euros.
Já o também britânico Lansdowne Partners, que está a fazer "short selling" na REN e na Mota-Engil, mantém posições com um valor de mercado superior a 32,3 milhões.
AQR Capital Management, Oceanwood Capital Management, BlackRock e Oxford AM são algumas das entidades que também estão a antecipar a evolução negativa das acções de algumas empresas em Lisboa. Estratégias negativas que se intensificaram após a "chuva de máximos" dos últimos meses.