O PSI20 desvalorizou 1,33% esta semana, com a maior queda no índice a pertencer à ParaRede, que derrapou mais de 14%. O Banco Comercial Português (BCP), a Portugal Telecom (PT) e o BPI foram outros dos títulos que registaram descidas.

O PSI20 [PSI20] fechou hoje a marcar 7.594 pontos, com seis empresas a ganhar, duas inalteradas e 12 e perder na semana.

A ParaRede [PARA] caiu 14,58% nas últimas cinco sessões, para os 0,41 euros, depois de no final da semana passada ter adiantado que registou prejuízos de 113,95 milhões de euros em 2001.

A empresa foi também prejudicada pela intenção de efectuar uma redução de capital em 75 milhões de euros. Segundo o «Diário Económico», a ParaRede arrisca-se a sair do PSI20 na sequência da operação, uma vez que poderá ver a sua liquidez diminuir.

O BCP [BCP] foi a segunda empresa do PSI20 que mais caiu esta semana, ao perder 3,49% para os 3,87 euros. Os resultados do banco subiram 4,6% no primeiro trimestre deste ano para os 167,58 milhões de euros, em linha com o esperado.

No entanto, estes resultados foram impulsionados por receitas extraordinárias provenientes das vendas de imóveis e a margem financeira estagnou, o que gerou algum desagrado entre os analistas, que colocaram em causa a «qualidade» dos resultados.

O BPI [BPIN], cujos lucros cresceram 9% para os 42,3 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, recuou 2,6% esta semana, tendo encerrado hoje a cotar nos 2,62 euros.

Nos lugares seguintes do «ranking» das descidas situaram-se a PT [PTC], que caiu 2,37% para os 8,23 euros, e a Vodafone Telecel [TLE], que resvalou 1,82% para os 8,10 euros, com as duas empresas de telecomunicações a replicarem o comportamento das suas congéneres europeias.

O Banco Espírito Santo (BES) não conseguiu escapar à tendência dos restantes títulos do sector bancário, ao descer 0,75% nas últimas cinco sessões, para os 11,85 euros.

O banco liderado por Ricardo Salgado vai apresentar os seus resultados trimestrais na próxima segunda-feira, com a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt a apontar para lucros de 55 milhões de euros, mais 0,7% que no primeiro trimestre de 2001.

A Portucel [PTCL] foi a empresa que registou a maior subida semanal no PSI20, ao crescer 3,47% para os 1,49 euros, consolidando os ganhos de 27% acumulados desde o início do ano, que lhe conferem a melhor «performance» no PSI20 neste período.

Os resultados líquidos da Portucel aumentaram 8,5% no primeiro trimestre deste ano, para os 21,6 milhões de euros, tendo a empresa de pasta e papel reiterado o seu «optimismo» face ao futuro.

O BCP Investimento reviu em alta o «preço alvo» para as acções da Portucel, de 1,35 para 1,70 euros, tendo a recomendação passado de «neutral» para «comprar», devido às maiores sinergias que deverão ser obtidas na sequência da integração da Soporcel, ocorrida no ano passado.

A Brisa [BRISA] valorizou 2,86% esta semana, para terminar hoje nos 5,40 euros. Os analistas contactados pelo Negocios.pt esperam em média que os lucros trimestrais da concessionária de auto-estradas, que serão divulgados na próxima segunda-feira, tenham avançado 11,3% para os 53,7 milhões de euros.

Entre as empresas que registaram ganhos nas últimas cinco sessões contaram-se também a Impresa [IPR], que progrediu 0,39% para os 2,58 euros, e a PT Multimédia [PTM], que apreciou 1,87% para os 8,17 euros.

A SportTV, canal televisivo participado pela PTM, garantiu os direitos de transmissão dos jogos do Mundial de Futebol de 2002, tendo adquirido os mesmos ao grupo de media germânico Kirch, por um valor que não foi divulgado.

As restantes subidas semanais no PSI20 pertenceram às cimenteiras Semapa [SEMA], que avançou 0,89% para os 4,54 euros, e Cimpor [CIMP], que valorizou 0,3% para os 19,94 euros.

A Secilpar, do Grupo Semapa, propôs a discussão em assembleia geral (AG) da Cimpor sobre a sua intenção de anular os actuais poderes da comissão executiva desta última, podendo recorrer a tribunal para esse efeito, adiantou Jorge Bleck, advogado da Secilpar, ao Negocios.pt.

O euro [EUR] ganhou 0,58% esta semana face ao dólar, para valer 0,8978 dólares, beneficiando das expectativas de que a retoma da economia norte-americana poderá ser mais lenta que o previsto.

Os futuros do barril de «brent», ou petróleo do Mar do Norte [CO1] cederam 0,15% esta semana, negociando hoje nos 25,83 dólares (28,78 euros), enquanto os futuros do barril de crude [CL1] valorizaram 0,98% para os 26,68 dólares (29,72 euros).

A rendibilidade das Obrigações do Tesouro (OT) português a 10 anos caiu 11 pontos base para os 5,33%, enquanto a do «bund» alemão cedeu os mesmos 11 pontos base para os 5,09% e a das obrigações a 10 anos da Reserva Federal (FED) norte-americana diminuiu 12 pontos base para os 4,09%.

Por João Mata