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Posição mais branda de Powell leva Wall Street aos maiores ganhos dos últimos oito meses

As bolsas norte-americanas encerraram em alta, a subirem mais de 2%, sustentadas pelos comentários do presidente da Fed, Jerome Powell, que alimentaram a especulação de que o banco central irá moderar o ritmo de subida dos juros.

28 de Novembro de 2018 às 21:20
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O índice industrial Dow Jones fechou a somar 2,50% para 25.366,43 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 2,30% para 2.743,78 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 2,95% para 7.291,59 pontos.

Há oito meses que os índices norte-americanos não registaram uma subida tão acentuada numa só sessão. E a contribuir para este entusiasmo esteve o presidente da Reserva Federal norte-americana. Jerome Powell adoptou uma posição mais branda, o que alimentou a especulação de que o banco central poderá estar mais perto do que se pensa de travar o ciclo de aumento dos juros.

 

Esta perspectiva veio aliviar os receios de um aumento dos custos de financiamento das empresas e dissipam em grande medida as preocupações de que os juros mais altos também levassem a um potencial arrefecimento da economia – por via do dinheiro mais caro.

Os títulos que mais têm caído durante a derrocada de Wall Street observada nas últimas seis semanas foram os que hoje lideraram os ganhos: as tecnologias. O índice Nasdaq foi, aliás, o que mais terreno ganhou, a somar quase 3%, com a ajuda de cotadas como a Amazon e Netflix, que dispararam mais de 5% e lideraram o movimento de subida das FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google [detida pela Alphabet]).

 

A tendência de reforço das subidas em Wall Street observou-se logo a seguir às declarações de Powell,  que disse que as taxas de juro estão "imediatamente abaixo" do nível de uma política neutra (isto é, sem efeitos de aceleração ou de abrandamento do crescimento económico).

 

O presidente da Fed afirmou que o panorama económico continua "sólido", intensificando a especulação de um aumento dos juros quando o banco central se reunir no próximo mês. No entanto, sublinhou que os efeitos da subida dos juros demoram tempo a reflectir-se nos dados.

 

Isto levou a que os investidores ficassem mais convictos de que a Reserva Federal se prepara para reduzir o ritmo de subidas da taxa directora ou até mesmo  interromper esse ciclo, frisa a Bloomberg.

 

"As bolsas estão a disparar porque Powell assumiu um tom muito mais brando do que há um mês, quando disse que os juros estavam ainda a uma grande distância da neutralidade", comentou à agência noticiosa norte-americana a estratega-chefe da Invesco, Kristina Hooper.

 

Resta agora ver se o mercado interpretou correctamente os sinais deixados por Powell.

 

Esta quinta-feira serão conhecidas as actas da reunião da Reserva Federal norte-americana, realizada nos dias 7 e 8 de Novembro. A Fed tem nova reunião nos dias 18 e 19 de Dezembro, esperando-se que anuncie a quarta subida de 25 pontos base da sua taxa directora este ano, para um intervalo entre 2,25% e 2,50%.

 

Recorde-se que o presidente dos EUA, Donald Trump, tem criticado a Reserva Federal pela sua política de normalização monetária com a subida gradual das taxas de juro. "Não gosto", disse recentemente, adiantando ser sua opinião que "não temos de ir tão depressa".

 

"Gosto de taxas de juro baixas", assinalou Trump no mês passado, destacando que a inflação está controlada, pelo que não percebia por que razão "é necessário ir tão depressa na subida das taxas de juro".

(notícia actualizada às 21:48)

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