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PT: Três anos de trocas no Brasil e dividendos extraordinários

O desempenho da Portugal Telecom em bolsa foi marcado, desde 2010, pelo negócio de venda da Vivo à Telefónica, pela entrada na Oi e pela distribuição de dividendos ordinários extraordinários. Veja as datas que marcaram os altos e baixos da operadora no mercado accionista.

02 de Outubro de 2013 às 18:30
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A fusão da Portugal Telecom com a Oi resulta de um processo em que a operadora entrou há mais de três anos, sem ter sido consultada para isso. A venda dos 25% que a operadora portuguesa detinha na Vivo resultou de uma oferta não solicitada, apresentada pelos espanhóis. 

 

O negócio deu lugar a um encaixe na ordem dos milhares de milhões e à compra de uma participação na incumbente das telecomunicações no Brasil. Abaixo encontra os momentos, e as notícias, que correspondem aos altos e baixos da PT na bolsa de Lisboa.

 

10 Maio 2010 - PT comunica que a Telefónica fez oferta para comprar participação da PT na Vivo por 5,7 mil milhões.

 

As acções da operadora portuguesa dispararam 18,75% na sessão em que a Telefónica apresentou uma oferta de compra sobre 25% da Vivo.

 

A proposta dos espanhóis da Telefónica permitiu à PT interromper a tendência de perdas que vinha a registar, apesar de ainda ter sido destacado um dividendo de 0,46 euros no dia 11 de Maio. No período entre 21 de Abril a 7 de Maio, os títulos tinham acumulado uma perda de 24%.

 

1 Junho 2010 - Telefónica faz nova oferta de 6,5 mil milhões de euros pela Vivo.

 

A apresentação de uma oferta melhorada demonstrou o empenho dos espanhóis em tomarem para si a totalidade do Vivo, que até então era partilhado com a PT. Obrigou, também, a Portugal Telecom a aceitar que teria de entregar a decisão aos accionistas. Foi logo a seguir a esta data que a gestão decidiu convocar uma AG e dispôs-se a negociar a proposta até à reunião de accionistas. O Negócios noticiou, no dia 2 de Julho, “PT e Telefónica vão negociar divórcio amigável”.

 

Estes desenvolvimentos ajudaram as acções da Portugal Telecom a consolidar os ganhos que acumularam nas sessões posteriores à oferta inicial. As acções da PT voltaram a negociar acima dos oito euros e a volatilidade dos títulos diminuiu significativamente. Ao mesmo tempo, alguns analistas emitiram avaliações para as acções que superavam os 12 euros por acção.

 

29 Junho 2010 - Telefónica sobe a parada e propõe comprar Vivo por 7,15 mil milhões.

 

Desde a primeira oferta que os investidores procuraram identificar qual o nível que a Telefónica acabaria por pagar para que a PT saísse da Oi. E as expectativas eram de tal modo, que a apresentação da oferta final de 7,15 mil milhões de euros levou os títulos a registarem uma desvalorização nas duas sessões seguintes ao anúncio.

 

30 Junho 2010 - Assembleia geral para aprovar venda da Vivo. Estado usa “golden share” e veta negócio.

 

O Governo, então liderado por José Sócrates, fez valer a participação com direitos especiais que o Estado detinha na operadora portuguesa, por esta interferir com a presença estratégia da PT no Brasil.

 

A cotação da operadora portuguesa permaneceu relativamente estável, com investidores a demonstrarem confiança de que o negócio não ficaria pelo veto do Governo. A determinação demonstrada pela Telefónica, ao longo do processo, e a confiança dos investidores na capacidade da gestão da PT encontrar um investimento alternativo, suportaram o valor das acções durante o mês que passou até que à apresentação do negócio, tal como ele viria a ser realizado.

 

28 Julho 2010 - PT chega a acordo para vender a sua participação na Vivo à Telefónica por 7,5 mil milhões. E chega a acordo para aliança estratégica com Oi e entrada no seu capital

 

A Portugal Telecom anunciou, em simultâneo, a compra de uma participação na Oi e a venda da Vivo. O valor nominal de venda da Vivo passou para 7,5 mil milhões de euros. Contudo, a subida do valor era apenas um ajuste ao facto de ter sido dilatado o período de pagamento. O valor actualizado da operação foi de 7,15 mil milhões, tal como na oferta chumbada pelo Governo em Junho.

 

Entre a apresentação da operação e o dia 3 de Novembro, as acções da PT valorizaram 25%. Desde então, a tendência tem sido de descida com as acções reflectirem o destaque dos dividendos extraordinários. Em Dezembro, a PT quebrou a fasquia dos nove euros com o destaque de um dividendo extraordinário de um euro por acção. 

 

26 Janeiro 2011 - Acordo final para a PT entrar na Oi. Em Março de 2011 é concretiza a entrada na operadora brasileira.

 

Aquando da formalização do acordo de entrada na Oi, a 26 de Janeiro, já os títulos tinham deixado para trás os máximos de 10,70 euros em que a PT tinha negociado em Novembro de 2010. A cotação corresponde a um máximo que não visitava desde o ano 2000, em plena bolha das tecnologias.

 

31 Maio 2012 - Oi fica com 10% da PT

 

No dia em que a Oi passou a deter 10% da Portugal Telecom, a operadora portuguesa viu o seu valor de mercado recuar 12,4%. Mais uma vez, foi o destaque de dividendos que conduziu a cotação da operadora. No dia 31 de Maio, a cotada deixou de dar direito ao dividendo de 1,30 euros por acção. Metade deste valor correspondia a um dividendo extraordinário e a outra metade a um dividendo ordinário.

 

Desde então, a cotação da operadora caiu 24%. Contudo, este desempenho não faz justiça à remuneração conseguida pelos accionistas já que as quedas são amplamente compensadas pela distribuição de dividendos. 

 

O último dividendo extraordinário a ser entregue aos accionistas data de Junho de 2011, com a intenção explícita de entregar aos accionistas parte do encaixe que realizara no negócio com a Telefónica. No entanto, mesmo os dividendos ordinários constituíam uma forma de remuneração que foi descrita várias vezes como “generosa”, perante a deterioração da posição competitiva da Oi, no Brasil, quer pela quebra do mercado nacional.

 

Por isso, a cotada reviu a política de distribuíção em Agosto último. Depois de ter entregue 32,5 cêntimos aos accionistas, em Maio, a gestão decidiu que iria reduzir o pagamento anual para 10 cêntimos. Um valor que terá de ser revisto pela empresa quando for criada a nova classe de acções que vai substuir os títulos da PT e da Oi.

 

2013 - Corte de dividendo e mudanças na gestão

 

Zeinal Bava "transferiu-se" para a Oi, dando o primeiro passo para uma potencial fusão entre as duas cotadas. O que acabou por ser anunciado esta quarta-feira, 2 de Outubro. 


Em Agosto, a Portugal Telecom anuncia um corte de dividendo de 70% passando de 32,5 cêntimos para 10 cêntimos, algo que já era antecipado pelo mercado, depois de várias outras operadoras de telecomunicações terem feito o mesmo. 

 

Este corte, conjugado com os receios de necessidade de injecção de capital na Oi por parte da PT, têm levado as acções a registar quedas em bolsa. Desde o início do ano, e apesar do ganho de 6,50% esta quarta-feira, as acções da operadora portuguesa estão a acumular uma perda de 3,41%.

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