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Pescanova afunda 71% em bolsa em apenas dois dias

Em apenas dois dias a Pescanova encontra-se a cair 71%, depois de já ter estado muito próxima dos 80%. O grupo, que era uma das apostas de todos os investidores para 2013, tem caído a pique no regresso à bolsa, depois de ter registado um forte volume de ordens de venda, devido às dificuldades financeiras da empresa.

"Gostaria muito de ter accionistas portugueses na Pescanova"
05 de Março de 2013 às 12:08
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A saída massiva de investidores da Pescanova prolongou-se esta manhã pelo segundo dia consecutivo, depois da empresa se ter colocado ao abrigo dos credores, após registar uma incapacidade de realizar pagamentos há cerca de três semanas, segundo noticia o “El País”.

 

A avalanche de vendas causou uma queda na cotação das acções da empresa de 17,40 euros para 5,08 euros, o que se traduz numa depreciação na ordem dos 71%, depois de já ter estado muito próxima de um deslize de 80% em duas sessões. O duro correctivo que as acções estão a sofrer deixam evidente o medo dos accionistas perante uma quebra eminente da empresa, que possa levar à perda de todo o investimento efectuado.

 

A Pescanova solicitou ao regulador de mercado de capitais espanhol (CNMV) a suspensão da cotação dos seus títulos, na quinta-feira, depois de não ter apresentado as suas contas de 2012 e de informar que a viabilidade da empresa estava em dúvida. A companhia espanhola tem um passivo, a curto e longo prazo, que ascendia a 1.522 milhões de euros no final de Setembro, adianta o “El País”, dos quais 459 milhões dizem respeito a credores comerciais.

 

A CNMV, depois de considerar que “por ocorrerem circunstâncias que podem perturbar o normal funcionamento das operações sobre o valor”, suspendeu a negociação dos títulos na sexta-feira, dando autorização para voltarem a ser cotadas esta segunda-feira, depois de considerar que já havia informação suficiente para ser realizado um juízo sobre as cotações.

 

Com esta desvalorização, as acções da empresa voltaram aos valores de Janeiro de 2001, depois de em Fevereiro de 2008 terem estado a 28,5 euros. João Safara, analista do BPI, confessou que a decisão de protecção judicial “foi totalmente inesperada”. “Tal como outras empresas espanholas, a Pescanova tinha dívidas, mas era considerada uma empresa sólida. Deveria ter sido capaz de evitar esta situação”.

 

No início do ano, todos apontavam que a Pescanova poderia surpreender o mercado, depois de um mau comportamento em 2012, com uma desvalorização de 39% dos seus títulos. Depois de uma ampliação do seu capital, os analistas asseguravam um bom futuro à empresa. 100% dos analistas consultados fixou a sua recomendação em “comprar”, sendo que 10 em cada 10 mantinha uma valorização positiva, e 50% estabelecia como preço alvo os 21,26 euros por acção, segundo dados da Bloomberg.

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