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Os ursos chegaram à Apple e derrubaram Wall Street

Os mercados accionistas do outro lado do Atlântico encerraram em terreno negativo, penalizados sobretudo por uma forte queda da Apple, que arrastou o restante sector tecnológico, e por novos receios em torno das tensões comerciais entre os EUA e a China.

Bloomberg
19 de Novembro de 2018 às 21:04
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O índice industrial Dow Jones fechou a cair 1,56% para 25.018,02 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,66% para 2.690,78 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 3,03% para 7.028,48 pontos.

 

Uma nova queda das acções da Apple voltou a fragilizar o sector tecnológico, isto depois de o The Wall Street Journal ter reportado que a empresa da maçã reduziu nas últimas semanas as encomendas à produção dos três modelos de iPhone lançados em Setembro.

 

A fabricante de iPhones, que contribuiu em grande medida para o mais longo mercado ‘bull’ nas bolsas, que marcou este ano uma década, já afunda 20% desde o máximo histórico atingido em Outubro.

 

Com efeito, a Apple atingiu um máximo histórico de 233,47 dólares no passado dia 3 de Outubro e hoje, nos mínimos da sessão, esteve a negociar nos 184,99 dólares (a ceder 4,41%), o que corresponde a uma queda de 20,7% - tendo, assim, entrado em "bear market" (a entrada no chamado mercado urso acontece quando um activo perde pelo menos 20% face ao último máximo antes de iniciar um movimento de descida). A cotada acabou por encerrar a ceder 3,96% para 185,86 dólares.

 

A penalizar a empresa liderada por Tim Cook estiveram os resultados do seu quarto trimestre fiscal e as estimativas para o período em curso. Na primeira frente, os números agradaram, mas os investidores castigaram a empresa em bolsa porque as previsões para a facturação do período em curso ficam aquém das expectativas do consenso do mercado.

 

Além disso, também se venderam menos iPhones do que o esperado e a Apple anunciou que iria deixar de fornecer os dados sobre as vendas de iPhones e outros dispositivos, o que levou o mercado a especular sobre se as vendas da empresa poderão já ter atingido um pico.

 

Entretanto, na semana passada a empresa esteve também a ser pressionada pelo facto de dois fornecedores terem revisto em baixa as estimativas para os seus resultados anuais, o que desencadeou um movimento de vendas (selloff) noutras fabricantes de componentes para os iPhones.

 

Os dois fornecedores que espoletaram esta reacção negativa, após cortarem as projecções para os seus resultados, foram a Lumentum Holdings (principal fornecedor da tecnologia de reconhecimento facial) e a fabricante de ecrãs Japan Display.

 

A Lumentum mergulhou mais de 30% na segunda-feira passada e arrastou outros fornecedores da Apple, muitos deles fabricantes de chips como a Cirrus Logic, Qorvo e Skyworks Solutions, tendo o movimento de descida prosseguido ao longo da semana na generalidade das tecnológicas – e a tendência manteve-se hoje, com cotadas como a Alphabet (dona da Google), Facebook, Amazon, Netflix e Microsoft a perderem entre 3% e 4,8%.

 

Além destes desaires no sector das tecnologias, os novos receios em torno da disputa comercial entre os EUA e a China também estiveram hoje a pesar na tendência.

 

Depois de na sexta-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que talvez não tivesse de impor tarifas alfandegárias adicionais sobre produtos importados da China, no dia seguinte houve sinais conflituantes que deixaram os investidores de pé atrás.

 

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou no sábado que os EUA não irão retroceder na sua disputa comercial com a China se Pequim não aceder às exigências de Washington, o que fez com que o optimismo se esvanecesse.

 

Os investidores estão também a optar por uma maior prudência nesta semana bolsista mais curta devido à celebração do Dia de Acção de Graças na quinta-feira nos EUA – e com a sessão de sexta-feira a ser mais curta.

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