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Novas acções no mercado penalizam BPI e REN
No dia em que são admitidas à negociação as novas acções do BPI e REN, as cotadas seguem a negociar em terreno negativo. O BES contraria esta tendência, apesar de também se estrearem os novos títulos provenientes do aumento de capital.
O banco liderado por Fernando Ulrich concluiu, na semana passada, a operação de troca de obrigações por acções que resultou num aumento de capital de 103 milhões de euros. O número total da oferta era de 367.330.445 títulos, tendo sido trocados 293.339.545. A taxa de sucesso da operação foi assim de 91,15%.
O arranque da negociação dos novos títulos está também a ter um impacto negativo no banco, que cede 3,55% para 1,605 euros. Esta é a sexta sessão em terreno negativo e já foram negociados 4,96 milhões de acções, mais do dobro da média de títulos negociados diariamente nos últimos seis meses (2,23 milhões de acções).
Já a REN anunciou, esta segunda-feira, os resultados da última fase de privatização. As 10.047.680 acções vendidas pela Parpública e Caixa Geral de Depósitos na oferta pública de venda (OPV), direccionada aos pequenos investidores, foram compradas por 2.155 investidores.
A procura destes pequenos investidores, onde se incluem os trabalhadores que compraram 216.330 acções, não foi suficiente para satisfazer a oferta que estava originalmente destinada a esta tranche: 11.748.000 acções.
As acções desta tranche que não tiveram procura foram adquiridas pelos investidores institucionais, que compraram um total de 48.692.320 acções, equivalente a 9,12% do capital.
No total o Estado, através da Parpública e da CGD, conseguiu um encaixe bruto de 157,4 milhões de euros com esta fase de privatização, através da qual vendeu 11% do capital da REN e deixou de ser accionista da empresa liderada por Rui Vilar.
Foi também anunciado esta segunda feira que as acções foram vendidas a 2,68 euros na OPV e na venda directa, sendo que os trabalhadores beneficiaram de um desconto de 5%, pelo que pagaram 2,546 euros por cada acção.
A empresa segue a recuar 1,36% para os 2,683 euros, uma cotação praticamente em linha com o preço a que as acções foram vendidas na operação. Já trocaram de mãos mais de 1,18 milhões de acções, o que supera os 437,2 mil títulos negociados em média diariamente nos últimos seis meses.
Já o BES, que também vê as novas acções do aumento de capital começarem a negociar hoje, contraria esta tendência . O banco liderado por Ricardo Salgado esteve já a desvalorizar, mas segue agora a avançar perto de 1% para os 0,974 euros, interrompendo as perdas registadas nas últimas quatro sessões. Foram já transaccionados pouco mais de quatro milhões de títulos.
A negociação é marcada, esta terça-feira, pela admissão em bolsa das 1.607.033.212 novas acções do BES que foram vendidas a 0,65 euros. Assim, as acções estão actualmente 49,8% acima da cotação a que foram vendidas no aumento de capital (0,65 euros). O banco anunciou, na semana passada, que na operação a procura por novas acções do banco representou 178% da oferta.
Neste aumento de capital de 1.045 milhões de euros da operação, o Grupo Espírito Santo passou a deter 25,1% do BES e o fundo norte-americano da Capital Research já comunicou que passou a controlar uma participação qualificada (2%).