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Nova legislação coloca fusão da Pfizer e Allergan em risco
Os Estados Unidos anunciaram novas regras que podem colocar em causa o interesse da Allergan na Pfizer, o maior negócio de consolidação de 2015. As acções da Allergam afundaram 22% no mercado fora de horas.
O segundo maior negócio de sempre está em risco. A fusão entre a Pfizer e a Allergan, no valor de 160 mil milhões de dólares, que foi a maior do ano passado, está em risco de cair, após a aprovação de nova legislação nos Estados Unidos.
O departamento do Tesouro norte-americano aprovou esta segunda-feira novas regras que limitam a deslocação da sede fiscal, através da compra de outras empresas, a quem o tenha feito nos últimos 36 meses, indica a Bloomberg. A Allergan participou em vários negócios de consolidação neste período e a Pfizer pretende alterar o domicílio fiscal para a Irlanda. Assim, segundo as novas regras, a empresa poderá ficar sujeita a penalizações, que reduzem os benefícios fiscais obtidos com a deslocalização, reduzindo assim o interesse do negócio.
"A Pfizer terá provavelmente dificuldades em obter o principal benefício associado a esta transacção", diz o Citigroup, numa nota para investidores, citada pela Bloomberg. A nova legislação "é uma causa suficiente para a transacção não avançar", antecipam os analistas Liav Abraham e Andrew Baum.
A Pfizer e a Allergan indicaram que estão a analisar as regras, podendo apresentar uma nova proposta para concluir a fusão. As regras aplicam-se aos casos em que os accionistas norte-americanos detenham mais de 60% da empresa, após a fusão, que é o caso do modelo de negócio actual. "A grande questão é saber se a Pfizer vê as novas regras como uma razão suficiente para desistir do negócio", diz Umer Raffat, analista sénior da Evercore ISI, à Bloomberg.
Após o anúncio, que ocorreu depois do fecho das bolsas norte-americanas, as acções da Allergan caíram 22% no mercado fora de horas. A Pfizer subiu 2,5%.