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Nos dispara quase 7% após resultados "sólidos" e research do Goldman

O desempenho da cotada na primeira metade do ano é considerado "sólido" pelos analistas do BPI e leva as acções a disparar, depois de uma revisão em alta do preço alvo e recomendação do Goldman Sachs.

Os analistas salientam o 'aumento significativo da quota de mercado nos últimos três anos' e destacam 'o desempenho operacional da Nos' para justificar a escolha da empresa como 'top pick'. Mas há um outro argumento que merece mais destaque: dividendos. Os analistas accreditam que a empresa vai apostar numa política de distribuição de lucros pelos seus accionistas mais atractiva. 'Actualmente prevemos que o dividendo possa aumentar a um ritmo médio anual de 28,5% entre 2016 e 2020 de 0,16 euros para 0,43 euros' no período em análise.  O CaixaBI avalia a Nos em 6,50 euros, o que confere às acções da operadora um potencial de subida de 16,5%.
Miguel Baltazar/Negócios
23 de Julho de 2018 às 10:06
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A Nos foi a primeira cotada do PSI-20 a avançar os números do primeiro semestre, resumidos pelos analistas do BPI como "resultados sólidos com um EBITDA acima do esperado". O Goldman Sachs concorda com o adjectivo, e destaca o desempenho "sólido" na área das telecomunicações que "ultrapassa" a "fraqueza" detectada no negócio dos cinemas. As acções já subiram quase 7%.

Na primeira sessão em bolsa após a apresentação dos resultados, a Nos está a avançar 4,62% para os 4,98 euros, mas já chegou a tocar os 5,09 euros, com uma subida de 6,93%. Este pico constitui um máximo de mais de quatro meses - é preciso recuar a 13 de Março para encontrar uma cotação superior. 

A Goldman adiantou-se aos resultados e reviu em alta a recomendação para a Nos ainda na última sexta-feira, de "neutral" para "comprar", recomendação que reforçou esta segunda-feira. Segundo a Bloomberg, colocou o preço alvo da cotada nos 6,20 euros, o que compara com os anteriores 5,50 euros e representa um potencial de valorização de 30%.

Na análise publicda já hoje, em reacção aos resultados, o Goldman justifica a recomendação com a "exposição atractiva à melhoria nas tendências de preço, a digitalização e riscos regulatórios limitados". A casa de investimento explica ainda que vê o crescimento nas receitas médias por cliente como "encorajadores, dadas as preocupações em torno da competição" e "a falta de aumento nos preços". Outro factor que o banco acredita que terá um impacto positivo nas margens é o plano de digitalização. 

Do lado do BPI, as perspectivas acerca do futuro da empresa mantêm-se. "No negócio de telecomunicações os resultados estiveram de forma geral em concordância" com as estimativas desta casa de investimento, pelo que não deverão existir alterações na avaliação que o banco faz da empresa. Contudo, os analistas avisam que irão medir o pulso à sustentabilidade da margem obtida na área do cinema e dos audiovisuais.

Para os analistas do BPI, as surpresas no balanço divulgado pela empresa vieram essencialmente em duas frentes, receitas e EBITDA."As receitas da Nos surgiram 0,4% abaixo dos nossos números e do consenso [do mercado] enquanto o EBITDA ficou 2% acima das nossas estimativas e 0,7% acima do consenso", lê-se na nota de research a que o Negócios teve acesso. 

Para além destas duas instituições, a Intermoney Valores também emitiu um nota de análise, na qual salienta que os "custos operacionais surpreenderam pela positiva", dada a maior eficiência, que se terá reflectido no EBITDA. 

A operadora liderada por Miguel Almeida aumentou os lucros dos primeiros seis meses do ano em 9,2%, face ao mesmo período do ano anterior. Cresceram até aos 78,9 milhões de euros. 

As receitas cresceram para 772,3 milhões de euros (+0,6%), com os proveitos da divisão de telecomunicações a crescer 1,4% para 740 milhões de euros. Um desempenho  impulsionado pelo aumento da base de clientes da Nos neste período. Os pacotes de serviços continuam a sustentar estes números, representando praticamente metade do total da base de clientes (49,3%). De Janeiro a Junho este segmento cresceu 5,4% para 749,4 mil clientes.


Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

(notícia actualizada às 12:00 com mais reacções de analistas)

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