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Nasdaq foge às quedas em Wall Street
Apesar das fortes perdas da BlackBerry, o índice tecnológico conseguiu inverter a descida da abertura da sessão e fechou em ligeira alta, em contraciclo com os principais congéneres norte-americanos.
As principais bolsas norte-americanas negociaram em baixa durante toda a sessão, sobretudo devido ao facto de ainda não estar claro se a Reserva Federal vai começar a retirar em breve os estímulos à economia.
Os dados económicos foram mistos, com a confiança dos consumidores a descer em Junho – mas menos do que o esperado – e a actividade empresarial a abrandar mais do que o previsto. Os investidores voltaram assim a virar-se para os comentários dos responsáveis da Fed e a falta de clareza está a penalizar as bolsas.
Recorde-se que o presidente da Fed, Ben Bernanke, avisou na semana passada que iria “levantar o pé do acelerador” no programa de compra de dívida, quando a economia norte-americana demonstrasse sinais sólidos de recuperação e o desemprego mantivesse a trajectória de queda. Já em Maio tinha aludido à possibilidade de os estímulos começarem a ser reduzidos ainda este ano, o que tem desde então pressionado Wall Street.
Hoje, um dos sete membros do Conselho da Reserva Federal, o governador Jeremy Stein, declarou que o banco central está a analisar o seu programa de compra de activos no valor mensal de 85 mil milhões de dólares, mas sem dar mais detalhes.
Por seu lado, o presidente da Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, disse que a compra adicional de obrigações não é garantida, uma vez que a expansão económica dos últimos quatro anos está a ser limitada por elementos estruturais que vão além do controlo da Fed.
Esta incerteza penalizou os mercados accionistas. O índice industrial Dow Jones cedeu 0,76%, fixando-se nos 14.909,60 pontos, e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,5% para 1.605,96 pontos.
Em contrapartida, o índice tecnológico Nasdaq conseguiu fechar em terreno de ganhos, se bem que muito ligeiros, a somar 0,04% para 3.403,24 pontos. Isto apesar da queda superior a 25% da BlackBerry (ex-RIM), fabricante canadiana do smartphone com o mesmo nome, que esteve a pressionada após reportar uma perda trimestral que causou surpresa.
A IBM também cedeu terreno, bem como a Accenture, segunda maior consultora tecnológica.