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"Muito, muito perto" de Trump dá ganhos às bolsas
As bolsas dos EUA encerraram em alta, sustentadas pelo otimismo em torno das negociações comerciais entre Washington e Pequim. Depois de ontem o presidente norte-americano ter falado em progressos nas conversações, hoje reiterou esse cenário e já está a agendar cimeira com o homólogo Xi para assinarem um acordo.
O Dow Jones fechou a somar 0,23% para 26.091,95 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,12% para 2.796,11 pontos – a negociar atualmente no mais alto nível desde 8 de novembro.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,36% para 7.554,46 pontos.
As bolsas do outro lado do Atlântico foram sobretudo impulsionadas pela expectativa de um acordo comercial entre os EUA e a China.
Esta evolução positiva das negociações comerciais também deu gás às bolsas chinesas, com a praça de Xangai a registar a melhor sessão em mais de três anos.
O presidente norte-americano intensificou este domingo a expectativa de um entendimento comercial entre os EUA e a China antes da data-limite de 1 de março. E por isso decidiu adiar a imposição de novas tarifas aduaneiras nessa data, estando agora a pensar já no encontro com o seu homólogo chinês para selarem um acordo.
Esta segunda-feira, Donald Trump reiterou a mensagem, dizendo que as duas maiores economias do mundo estão "muito, muito perto" de um acordo. O chefe da Casa Branca disse que o próximo encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre a atual guerra comercial entre Washington e Pequim, será uma cimeira "para assinar" um acordo.
Os setores que mais se destacaram nas subidas foram assim o tecnológico e industrial, que são grandes exportadores dos seus produtos e serviços para a China.
A valorização das empresas de microchips, que têm uma grande exposição ao mercado chinês, ajudou o índice de semicondutores de Filadélfia a subir 1,2%.
Muitas empresas do ramo industrial que dependem grandemente da China para as suas receitas, como a Boeing e a Caterpillar, também beneficiaram deste otimismo perante um possível acordo comercial.
Mas o maior impulso no setor industrial foi dado pela General Electric, que disparou perto de 9% depois de anunciar a venda da sua unidade de biofarmácia à Danaher Corp por 21,4 mil milhões de dólares, tendo encerrado depois a subir 6,39% para 10,82 dólares. Já a Danaher escalou 8,52% para 123,15 dólares.
Este otimismo na frente comercial e os sinais mais brandos por parte do banco central dos EUA têm estado a impulsionar Wall Street nas últimas semanas, com o S&P 500 a apenas 4,5% do seu recorde de fecho, atingido em setembro último.
Outro destaque da sessão foi para a Spark Therapeutics, que idparou 120,09% para 113,48 dólares após o anúncio de que a farmacêutica suíça Roche acordou a compra da empresa por 4,3 mil milhões de dólares.
E em matéria de fusões e aquisições, as novidades não se ficaram por aqui. A canadiana Barrick Gold lançou uma oferta de compra hostil sobre a sua rival norte-americana Newmont Mining, por perto de 18 mil milhões de dólares. A Newmont cedeu 1,04% para 36,10 dólares porque o preço oferecido representa um desconto face ao valor da empresa.
Por seu lado, a empresa de media europeia RTL vendeu a Universum Film – uma unidade especializada em direitos cinematográficos – à private equity norte-americana KKR. O valor não foi divulgado.