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Moody’s classifica como "positivo" plano de recapitalização da CGD
O acordo alcançado entre Lisboa e Bruxelas para a recapitalização do banco público português é considerado "positivo" pela agência de rating Moody’s, que salienta tratar-se de um plano em conformidade com as regras europeias.
O plano de recapitalização de 4,6 mil milhões de euros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aprovado pela Comissão Europeia na quarta-feira da semana passada (24 de Agosto) é considerado "positivo" pela Moody’s.
A agência de rating norte-americana sustenta que o acordo alcançado entre o Governo português e a Comissão não apenas cumpre as regras europeias como salvaguarda os detentores de instrumentos de dívida da instituição financeira de terem de assumir perdas.
No entender da Moody’s, a recapitalização aprovada – em linha com o montante pretendido pelo Executivo e pela nova administração – "vai reforçar" a capacidade da CGD para absorver eventuais perdas decorrentes dos elevados níveis de activos problemáticos e operações geradoras de prejuízos.
Por outro lado, esta agência de rating considera que o plano de recapitalização permitirá ao Governo injectar até 2,7 mil milhões de euros no banco e converter efectivamente em capital os 900 milhões de euros de CoCo’s de ajuda de Estado que a CGD ainda não reembolsou.
Notando que este plano aponta à preservação da "competitividade e sustentabilidade" da CGD, a Moody’s realça que o banco público terá agora de avançar com um "plano de reestruturação por forma a restaurar a capacidade de gerar lucros no longo prazo e reduzir os custos de provisionamento". Esse plano de reestruturação terá ainda de assegurar "contrapartidas adequadas" para o Estado português, segundo as mesmas condições de qualquer outro banco privado.
Ainda assim, a Moody’s sublinha que a capacidade de melhoria dos fundamentais de crédito da CGD é "incerta" tendo em conta a "limitada informação acerca do timing da injecção de capital e outras medidas de reforço de capital".
No fundo, a Moody’s conclui que a melhoria da capacidade da CGD no que concerne à sua capacidade para absorver potenciais perdas dependerá da "efectividade" das medidas de reestruturação que forem aplicadas no âmbito do apoio financeiro garantido pelo Governo português. Sendo que a Moody’s antecipa que a CGD será "negativamente afectada" nos meses vindouros dado que o banco deverá registar prejuízos no total de 2016, isto depois de no primeiro semestre deste ano ter reportado perdas de 205,2 milhões de euros.