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Media Capital fecha quase 30% acima da OPA. Prisa dispara mais de 10%

As acções da Media Capital fecharam a subir mais de 17%, a reagir à compra por parte da Altice. As acções estão quase 30% acima da contrapartida oferecida pelos franceses.

Miguel Baltazar
14 de Julho de 2017 às 17:18
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A Altice chegou a acordo com os espanhóis da Prisa para comprar 95% da Media Capital, numa operação que avalia a empresa em 440 milhões de euros. Além disso, os franceses lançaram uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o restante capital, oferecendo 2,5546 euros por cada acção.

 

E as acções, que estiveram a grande parte da sessão sem negociarem qualquer título, acabaram por fechar o dia com uma subida de 17,07% para 3,64 euros, um valor que está 29,8% acima da contrapartida oferecida pela Altice.

 

Já a Prisa fechou a subir mais de 10% para 3,02 euros, tendo chegado a disparar mais de 19,5%, enquanto a Altice subiu 2,02% para 20,45 euros.

 

O preço final da operação está sujeito aos ajustes habituais, diz a Prisa, que estima poder receber 321 milhões de euros pela sua posição. 

 

O valor do negócio "é superior à nossa avaliação", realça o analista Pedro Oliveira do BPI numa nota de análise publicada já esta sexta-feira, 14 de Julho, onde, na sua avaliação, apontam para que a Prisa recebesse 280 milhões de euros, em vez dos 321 milhões.

 

"O negócio é claramente positivo para a Prisa, que depois da venda da Santillana precisava de desinvestir e reduzir a alavancagem", realça o mesmo analista, que diz que o preço-alvo da espanhola poderá ser aumentado em 18% após esta operação.

 

"Acreditamos que a aprovação do negócio pelas autoridades portuguesas deve arrastar o processo e não excluímos uma análise aprofundada pelas autoridades da concorrência que pode criar obstáculos para a operação. Além disso, depois de o primeiro-ministro português ter feito comentários em relação à Altice acreditamos que possa haver alguns obstáculos políticos para a Altice avançar com este negócio", acrescenta o BPI.


O primeiro-ministro endureceu o discurso contra a Altice, salientando no debate do Estado da Nação "a forma irresponsável" como foi feita aquela venda [da PT, durante o anterior Executivo] "acabe por transformar este caso num caso Cimpor, com um novo desmembramento que ponha não só em causa os postos de trabalho, como o futuro da empresa".

O primeiro-ministro afirmou mesmo que "por mim, já fiz a minha escolha da companhia que utilizo".

Nos obrigada a reforçar investimento 

"Na nossa perspectiva, esta aquisição, se confirmada, será disruptiva para o mercado, com a Altice a tentar constituir vantagens concorrenciais nos conteúdos e forçará outros operadores a reagir. Consecutivamente, antecipamos os riscos de um ambiente concorrencial mais intenso e acreditamos que a Nos seja obrigada a reforçar os seus investimentos em conteúdos", acrescenta o mesmo analista.

  

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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