Notícia
Matérias-primas provocam reviravolta positiva em Wall Street
As bolsas norte-americanas encerraram em alta, invertendo assim as perdas da abertura da sessão. A sustentar estiveram sobretudo as matérias-primas, com destaque para o petróleo, que está a ser animado pela redução do número de plataformas activas na prospecção de ouro negro.
Os principais índices bolsistas norte-americanos abriram em baixa, a reagirem aos dados do mercado laboral nos EUA, que ficaram aquém do esperado, sugerindo assim que a economia do país está a sentir o impacto da desaceleração do crescimento mundial. A tendência baixista manteve-se durante grande parte do dia, mas depois deu-se uma reviravolta, muito à conta das "commodities", especialmente do petróleo.
As cotações do crude estavam a cair mais de 1% nos principais mercados internacionais, mas o anúncio de que os produtores norte-americanos reduziram o número de plataformas de prospecção de petróleo, para um mínimo de cinco anos, colocou o ouro negro em terreno positivo, seguindo agora a subir em torno de 2% nas negociações fora do horário regular (‘fora-de-horas’).
A redução destas plataformas é um sinal de que a produção de crude dos EUA poderá cair mais, o que sustentará os preços.
Além disso, o dólar segue hoje a cair face às principais moedas – dada a expectativa da subida de juros por parte da Reserva Federal norte-americana –, o que esteve a animar das matérias-primas (na generalidade denominadas na nota verde, o que as torna mais atractivas como investimento alternativo quando o dólar perde terreno) e, consequentemente, os títulos a elas associados.
O Dow Jones fechou a somar 1,23% para 16.472,64 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 1,4% para 1.951,29 pontos.
O índice tecnológico Nasdaq Composite, por seu lado, valorizou 1,74%, fixando-se nos 4.707,77 pontos.
As empresas que beneficiam da fragilidade da nota verde, já que a sua rentabilidade aumenta – como a Pfizer, Chevron e Caterpillar –, estiveram também a ter um bom desempenho.
Um relatório divulgado esta sexta-feira revela que as contratações em Setembro aumentaram menos do que o esperado, nos Estados Unidos, ao passo que os salários estagnaram e a taxa de desemprego ficou inalterada – sinalizando que o abrandamento global e a turbulência dos mercados financeiros estão também a fazer-se sentir na maior economia do mundo.
Os receios em torno de uma desaceleração na China e a crescente expectativa em relação à data que a Reserva Federal norte-americana escolherá para começar a subir as taxas de juro têm deixado os investidores cautelosos.
O desempenho de Wall Street no terceiro trimestre foi o pior desde 2011, o que também não ajudou a animar os investidores, que preferem manter-se prudentes.