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Juventus afunda 12% com colapso da Superliga Europeia

A saída de seis clubes ingleses "condenou" a Superliga Europeia, que foi suspensa mas já é dada como "morta" nos mercados acionistas. A Juventus está a sofrer as consequências na bolsa.

Andrea Agnelli é o líder da Juventus e um dos impulsionadores da Superliga Europeia
21 de Abril de 2021 às 09:20
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Foi de curta duração a euforia nos mercados acionistas com a criação da Superliga Europeia que prometia aumentar os lucros dos clubes fundadores desta competição que, tendo em conta os desenvolvimentos das últimas horas, dificilmente verá a luz do dia.

 

Os seis clubes ingleses que faziam parte dos fundadores da Superliga abandonaram o projeto cerca de 48 horas depois do anúncio da criação, Os outros seis clubes (três italianos e outros três espanhóis) reuniram-se de emergência e decretaram a suspensão do projeto, para ser remodelado.

 

A Juventus foi um dos clubes promotores da iniciativa e está a sofrer em bolsa as consequências do falhanço do projeto. Na segunda-feira as ações do campeão italiano tinham disparado 17,85%, ontem já tinham perdido mais de 4% e hoje afundam 12,44% para 0,764 euros, o que traduz um valor de mercado de 1.035 milhões de euros para o clube controlado pela família Agnelli. Os títulos estão a negociar em linha com a cotação de sexta-feira, pelo que o efeito Superliga foi totalmente eliminado.

 

Além da Juventus, apenas o Manchester United também está cotado em bolsa, mas em Nova Iorque. Depois de terem disparado 6,74% na segunda-feira, as ações do clube inglês sofrem ontem uma queda de 6,03%, refletindo já as notícias que davam conta do colapso da Superliga.

 

Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United,  Tottenham e Chelsea - pressionados pelos adeptos e pelos políticos – anunciaram na noite de terça-feira que iam deixar a Superliga Europeia.

Isolados, e já na primeira hora desta quarta-feira, os 'sobreviventes' - Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid e os italianos Juventus, Inter de Milão e AC Milan - anunciaram a suspensão momentânea da prova.

 

"Apesar da anunciada partida dos clubes ingleses, forçados a tal decisão devido à pressão exercida sobre eles, estamos convencidos de que a nossa proposta está completamente alinhada com as leis e regulamentos europeus, como foi demonstrado pela recente decisão judicial de proteger os direitos da Superliga", pode ler-se no comunicado distribuído, após uma reunião telemática dos clubes que se mantêm.

 

"Dadas as correntes circunstâncias, vamos reconsiderar os passos a dar para remodelar o projeto, tendo sempre em conta que os nossos principais objetivos são oferecer aos adeptos a melhor experiência possível, além de garantir os mecanismos de solidariedade para toda a comunidade do futebol", acrescentaram.

 

O anúncio da Superliga gerou uma forte turbulência no mundo do futebol, tendo recebido fortes críticas e a oposição veemente da UEFA, que ameaçou com exclusão dos clubes aderentes e os jogadores das seleções.

 

O desenho da nova competição foi  inspirada no modelo norte-americano, com medidas para limitar os gastos com salários de jogadores, metas financeiras e partilha de receitas entre os clubes por forma a promover a concorrência.

 

Os clubes aderentes têm de ter resultados líquidos e EBITDA positivos e só podem alocar um máximo de 55% das receitas a "despesas desportivas", ou seja, para pagar salários de jogadores, compras de passes e pagamento de comissões a agentes desportivos.

 

Em troca desta disciplina, a promessa de retornos é bem mais elevada do que atualmente com a Liga dos Campeões. A perspetiva de receitas é de 4 mil milhões de euros por ano, com este bolo a ser repartido em função do desempenho desportivo, mas com o mérito a ter um peso inferior ao que se verifica por exemplo na Liga dos Campeões.  

 

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