A presidente da Euronext Lisbon considera que a constituição do novo regime das sociedades de investimento de gestão imobiliária (SIGI) é uma alternativa de investimento interessante para os investidores particulares nacionais. Para Isabel Ucha, a certeza que este produto vai distribuir rendimento ao longo do período do investimento é o que gera interesse junto dos investidores.

"Este é um instrumento muito simples, que investe em imóveis que gerem rendimento e distribui esse rendimento. E essa certeza é o que gera o interesse dos investidores", argumenta a presidente da Euronext Lisbon, numa conferência organizada pela gestora da bolsa de Lisboa, dedicada ao novo regime das sociedades de investimento.

Isabel Ucha considera que o regime das SIGI é uma "alternativa interessante" não só para investidores institucionais, como também para particulares. "É uma oportunidade de investimento para investidores institucionais e individuais", aponta a mesma responsável na conferência, que decorreu esta manhã em Lisboa.

Além da política de distribuição de rendimentos anual associada ao novo instrumento, Isabel Ucha realça ainda a sua transparência e simplicidade, que permite aos investidores compreender o produto. "É um instrumento simples: é um imóvel que paga uma renda", sintetiza a presidente da bolsa.

O regime das sociedades de investimento trata-se de uma nova figura no regime nacional, aprovada este ano e que visa dinamizar uma parte do mercado imobiliário que, em Portugal, ainda não está explorada. Estes instrumentos têm como objetivo principal investir em ativos imobiliários para arrendamento, ainda que também esteja prevista a possibilidade de exposição a imóveis com vista à promoção económica. Os imóveis terão, porém, que ser mantidos em carteira por um período mínimo de três anos.

Trata-se da versão nacional dos REIT (Real Estate Investment Trust, em inglês) e vai permitir o investimento em vários tipos de imóveis, desde o turismo, até imóveis hospitalares, residências para estudantes, retalho, comércio ou habitação. "É uma figura que pode servir a muitos tipos de atividade económica e que pode permitir o financiamento de empresas", sublinha Isabel Ucha.

À luz do novo regime, podem tornar-se SIGI sociedades anónimas, que dispersem um mínimo de 20% do seu capital, com posições inferiores a 2% do capital, de modo a permitir a diversificação da base de investidores. Ou seja, terão que ter um mínimo de 11 investidores com posições inferiores a 2%.