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Guerra comercial e crise política na Alemanha penalizam Wall Street

As bolsas norte-americanas estão a seguir o desempenho das congéneres europeias e asiáticas, numa altura em que a guerra comercial continua a pesar no sentimento dos investidores.

As obrigações soberanas não têm sido o activo mais popular nos últimos anos, devido às rentabilidades negativas. Mas, em momentos de maior turbulência, é neste tipo de activos que a maioria dos investidores procura refúgio. E, desta vez, não será excepção. A maioria dos especialistas prefere, porém, a exposição às 'treasuries' norte-americanas.

'Com a maioria da economia mundial a abrandar decidimos aumentar a nossa alocação em títulos de dívida, sobretudo obrigações norte-americanas', escreve o Pictet numa nota de estratégia, divulgada na semana passada. A gestora de activos diz que há vários factores que favorecem a exposição às 'treasuries', face, por exemplo, às 'bunds' alemãs. 'Os mercados accionistas tendem a ser mais voláteis durante Julho e Agosto, o que pode levar a uma maior procura por obrigações soberanas dos EUA', explicam os especialistas.

Já a Amundi 'continua a favorecer títulos com uma duração curta nas obrigações 'core' devido às avaliações caras e ao fim dos estímulos que se está a aproximar'. Fora da dívida, os investidores podem ainda procurar refúgio no mercado cambial. Além do iene, uma das principais apostas dos investidores em momentos de maior instabilidade, o dólar é outro dos refúgios. Devido à divergência na política monetária entre os EUA e a Zona Euro, a nota verde deverá valorizar face ao euro.
EPA
02 de Julho de 2018 às 14:47
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Wall Street arrancou a semana no vermelho, com a evolução dos índices a ser condicionada pelo sentimento negativo relacionado com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a Chia e a Europa, bem como pelo receio de uma crise política na Alemanha.

 

O Dow Jones recua 0,67% para 24.108,52 pontos e o Nasdaq cede 0,76% para 7.453,24 pontos. Os índices norte-americanos vinham de duas sessões de ganhos, sendo que hoje seguem o desempenho das praças europeias e asiáticas. Os índices europeus já aliviaram das quedas e seguem a cair menos de 1%. No Japão os principais índices desceram mais de 2% e na China o principal índice recuou perto de 3%.

 

A União Europeia e Estados Unidos prosseguem a toada de avisos e contra-avisos numa escalada retórica em torno da disputa comercial em curso entre dois dos maiores blocos económicos mundiais. Bruxelas avisou Washington de que se os EUA impuserem novas tarifas aduaneiras sobre a indústria europeia de veículos e componentes de automóveis, a UE responderá na mesma moeda, prejudicando o sector automóvel norte-americano, ao agravar as taxas alfandegárias sobre as exportações norte-americanas de automóveis que valem cerca de 294 mil milhões dólares.

 

Os analistas adiantam que o sentimento relacionado com a guerra comercial deverá continuar negativo até 6 de Julho, data em que arrancam novas tarifas aplicadas a produtos chineses no valor de 34 mil milhões de dólares, esperando-se uma retaliação por parte de Pequim.

 

As acções mais penalizadas são as mais expostas ao comércio global, como a Boeing e a Caterpillar a caírem cerca de 1%. As fabricantes de chips Micron, AMD e Nvidia, fortemente dependentes do mercado chinês, também marcam perdas acima de 1%.

 

Também a penalizar no andamento dos índices está a perspectiva de uma crise política na Alemanha.

 

Este domingo o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, ameaçou demitir-se do governo alemão devido às divergências face a Merkel no que concerne à política alemã em matéria de imigração e regras de asilo.

 

Se Seehofer se demitir fica em aberto a possibilidade de a CSU deixar de apoiar o executivo de Merkel, o que a acontecer deixaria a coligação CDU-CSU sem maioria absoluta no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão). Nesse caso, Merkel ver-se-ia obrigada a negociar uma nova coligação ou o presidente alemão poderia ter de agendar novas eleições.

Tesla dispara

As acções da Tesla dispararam mais de 6%, depois de a empresa ter atingido as metas de produção do Model 3. A Tesla conseguiu atingir a sua meta de produção de 5.000 veículos por semana. "Conseguimos! Que trabalho incrível feito por uma equipa espectacular. Não podia estar mais orgulhoso por trabalhar convosco. É uma honra", afirmou Elon Musk num email enviado este domingo, 1 de Julho, aos funcionários da Tesla.

"Nós ou encontrámos uma forma ou, pela vontade e incentivo, criámos novas soluções que eram consideradas impossíveis", sublinhou. "Funcionou", concluiu. As acções estão a subir 4,32% para 357,78 dólares, tendo chegado a apreciar um máximo de 6,37%.

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