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Grupo de banqueiro chinês desaparecido suspende negociações em bolsa

O banco de investimento, cujo valor das ações caiu mais de 27% desde que foi divulgado o desaparecimento de Bao, vai manter as negociações suspensas até que possa apresentar resultados auditados para 2022.

Reuters
03 de Abril de 2023 às 08:42
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A negociação das ações da China Renaissance, importante banco de investimento privado chinês especializado em tecnologia, foi suspensa esta segunda-feira, na bolsa de valores de Hong Kong, na sequência do desaparecimento do fundador.

A empresa explicou que não pode apresentar atempadamente os resultados auditados, referentes ao ano de 2022, precisamente porque os auditores ainda não conseguiram contactar o fundador e presidente executivo do grupo, Bao Fan, desaparecido desde fevereiro passado, de acordo com um comunicado.

O banco de investimento, cujo valor das ações caiu mais de 27% desde que foi divulgado o desaparecimento de Bao, vai manter as negociações suspensas até que possa apresentar resultados auditados para 2022. A administração da empresa não avançou qualquer data.

A China Renaissance garantiu que tem "feito todos os esforços" para atender aos pedidos dos auditores, mas salientou que o paradeiro de Bao "não é assunto que esteja sob controlo do grupo" e os assuntos que levaram ao desaparecimento do executivo "ainda não foram resolvidos", acrescentou na mesma nota.

O grupo publicou uma demonstração de resultados não auditada, este fim de semana, que reflete uma queda homóloga de 9,1% no volume de negócios e perdas líquidas de 563,7 milhões de yuan (75 milhões de euros), em comparação com lucros de 1.624 milhões de yuan (218 milhões de euros), em 2021.

O China Renaissance relatou o desaparecimento de Bao em 16 de fevereiro e dez dias depois indicou "ter conhecimento" de que estava a colaborar com uma investigação realizada pelas autoridades chinesas, sem mais pormenores.

A segunda declaração parecia confirmar a tese de alguns órgãos de comunicação social que apontavam que a situação de Bao era semelhante à ocorrida em 2015, quando pelo menos cinco executivos de diferentes empresas desapareceram de forma semelhante, entre os quais o presidente do conglomerado Fosun, Guo Guangchang, detentor de várias empresas em Portugal.

A imprensa chinesa especulou em fevereiro que podia estar relacionado com uma investigação lançada pelas autoridades contra Cong Lin, ex-presidente do China Renaissance, contratado em 2020 após uma longa carreira num dos maiores bancos estatais da China, o ICBC.

Bao supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do setor da Internet, incluindo o grupo de comércio eletrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, Bao tentou transferir parte da fortuna da China e de Hong Kong para Singapura, território onde no final do ano passado tentou criar um fundo para administrar o seu património.

No final de fevereiro passado, a Comissão Central de Inspeção e Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCC), prometeu fortalecer a campanha contra irregularidades no setor financeiro.

O grupo China Renaissance, que conta com mais de 700 funcionários em todo o mundo, está presente em Singapura e nos Estados Unidos.


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