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Gautam Adani refuta acusações de fraude mas sangria em bolsa continua
Em apenas três sessões, no seu conjunto, as várias empresas do grupo já perderam cerca de 72 mil milhões de dólares em bolsa. Este domingo, o império do homem mais rico da Ásia apresentou um documento com mais de 400 páginas de refutação às acusações da empresa de "research".
A disputa entre o grupo do homem mais rico da Ásia, Gautam Adani (na foto), e a Hindenburg, uma empresa de "research", intensificou-se e os efeitos fizeram-se sentir nas ações das várias cotadas do império Adani.
Em apenas três sessões, no seu conjunto, as várias empresas do grupo já perderam cerca de 72 mil milhões de dólares em bolsa, de acordo com as contas da Bloomberg.
A Adani Green Energy terminou a sessão desta segunda-feira a tombar 19,99%, enquanto a Adani Total Gas desvalorizou 20%. Já a principal empresa do grupo, a Adani Enterprises valorizou 4,21%.
No ano passado as ações do império Adani não só registaram o melhor desempenho do mercado indiano, como do MSCI Ásia Pacífico (que não inclui o Japão).
O grupo apresentou uma refutação de 413 páginas para fazer frente às acusações de manipulação de mercado e de fraude contabilística tecidas pela Hindenburg.
A argumentação publicada no domingo refere que 65 das 88 questões suscitadas pela empresa de "research" já foram abordadas publicamente pelo conglomerado e classificou as acusações da Hindenburg como "nada mais nada menos como uma fraude de valores mobiliários" ainda que "sob o manto da lei" e acusou a empresa de um ataque contra a própria Índia.
O grupo reiterou ainda que irá exercer os seus "direitos de forma a encontrar soluções diante das autoridades para proteger as partes interessadas".
A Hindenburg já respondeu a esta refutação e afirmou que estas declarações confundiram "o crescimento meteórico" do império Adani com "o sucesso da Índia", tendo sido "ofuscadas pelo nacionalismo".
A empresa de "research" deu ainda conta que o grupo não respondeu a 62 das 88 questões colocadas pelos analistas na nota publicada este mês.
Estas perdas podem prejudicar a venda de 2,5 mil milhões de dólares em ações da principal empresa do grupo, a Adani Entreprises, para investidores institucionais e a retalho, que termina esta terça-feira.
O relatório da Hindenburg detalha uma teia de entidades "offshore" controladas pela família Adani em paraísos fiscais nas Caraíbas, Ilhas Maurícias e Emirados Árabes Unidos. O documento afirma que estas foram utilizadas para facilitar corrupção e lavagem de dinheiro, ao mesmo tempo que desviou dinheiro das empresas do grupo cotadas em bolsa.