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Fortunas ligadas às ações chinesas perderam 10,4 mil milhões de dólares num só dia
A propagação do coronavírus no mercado de ações chinês eliminou na segunda-feira mais de 10 mil milhões de dólares das fortunas das 15 pessoas mais ricas cujas empresas estão cotadas na China continental.
He Xiangjian, fundador do Midea Group, perdeu 1,8 mil milhões de dólares, a maior perda do grupo, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, com as ações da fabricante de eletrodomésticos a recuarem 8,9%.
Zhang Fan registou o segundo maior prejuízo – de 1,2 mil milhões de dólares - depois de a Shenzhen Goodix Technology, fabricante de equipamentos de autenticação biométrica para telemóveis, ter afundado 10%.
Outros quatro membros da lista também controlam empresas cujas ações atingiram a queda máxima intradiária. Entre eles estão as executivas Zhou Qunfei, presidente da fabricante de ecrãs de smartphones Lens Technology, e Fan Hongwei, presidente da Hengli Petrochemical.
O Shanghai Stock Exchange Composite Index abriu a sessão em forte queda depois de uma pausa de 10 dias devido ao feriado prolongado do Ano Novo Lunar e perdeu 7,7% na sessão, enquanto o Shenzhen Component Index caiu 8,5%, a maior desvalorização desde 2007.
Hao Hong, estrategista-chefe da Bocom International, disse que ninguém se pode surpreender com o selloff, já que o coronavírus, que se espalha rapidamente, foi responsável já por mais de 400 mortes.
"Os preços dos ativos chineses ainda não tinham tido hipótese de refletir o que estava a acontecer com a propagação do vírus", disse em entrevista à Bloomberg TV.
Só 22 das 500 empresas do Shenzhen Component Index registaram ganhos na segunda-feira, entre elas a Contemporary Amperex Technology, que avançou 3,7% depois de fechar um acordo com a Tesla.
A subida das ações elevou em 200 milhões de dólares a fortuna de Zeng Yuqun, presidente da fabricante de baterias de veículos elétricos, que fechou a semana passada como a nona pessoa mais rica de Hong Kong, com um património de 11 mil milhões de dólares, segundo o ranking da Bloomberg.