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Em reviravolta de última hora, Wall Street regressa aos ganhos. Mas timidamente
As principais bolsas norte-americanas encerraram praticamente inalteradas face à sessão da véspera. Depois de negociarem em baixa durante grande parte da sessão, muito à conta da inversão de tendência do Twitter e dos receios em torno dos custos que muitas empresas enfrentam devido à subida dos juros soberanos nos EUA, acabaram por conseguir inverter.
As bolsas do outro lado do Atlântico negociaram em baixa durante grande parte da sessão, mas acabaram por conseguir ficar à tona na hora do fecho, com excepção do tecnológico Nasdaq – que registou um recuo marginal.
O Dow Jones encerrou a somar 0,25% para 24.083,03 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,18% para 2.639,40 pontos.
Em contrapartida, o Nasdaq Composite cedeu 0,05%, fechando a valer 7.003,74 pontos.
A negociação foi sobretudo penalizada pela subida dos juros a 10 anos dos EUA, que se mantiveram pela segunda sessão acima dos 3% - o que intensifica os receios de um agravamento dos custos financeiros das cotadas.
Os lucros apresentados por cotadas de peso têm superado as expectativas, o que aponta para uma época robusta nas contas do primeiro trimestre, mas o aumento de custos nas empresas suscita alguma preocupação.
As tecnologias foram, uma vez mais, um dos sectores que mais pressionou a negociação em Wall Street.
O Twitter, que hoje apresentou os resultados do primeiro trimestre, com lucros e receitas acima do esperado, começou por subir bem em bolsa, mas rapidamente inverteu devido ao facto de muitos analistas terem questionado o seu ritmo de crescimento.
As acções da rede social das micromensagens chegaram a afundar 7,7%, tendo encerrado a perder 2,36% para 29,75 dólares.
O Twitter anunciou que espera uma desaceleração no ritmo de crescimento das suas receitas, bem como um aumento dos custos, o que acabou por ofuscar os bons resultados de Janeiro a Março.
"Está a tornar-se cada vez mais importante superar as projecções para as vendas, suplantar as estimativas para os lucros e também melhorar o ‘guidance’ [previsões da empresa para os trimestres em curso e resto do ano]", comentou à Reuters o principal estratega de investimento da First Republic Private Wealth Management, Chris Wolfe.
Também o Facebook, que hoje apresenta as suas contas do primeiro trimestre após o fecho da bolsa, esteve a pressionar a bolsa, já que estes são os primeiros resultados após o escândalo do acesso indevido aos dados dos utilizadores da rede social liderada por Mark Zuckerberg por parte da consultora política britânica Cambridge Analytica.
Ainda nas tecnologias, a Alphabet e Amazon foram suspensas de negociação a meio da sessão, na Bolsa de Nova Iorque (NYSE), devido a um "bug". A NYSE emitiu um alerta aos operadores bolsistas esta quarta-feira, comunicando que a negociação de quatro cotadas estava suspensa durante o resto do dia. Foram elas a Amazon.com, Alphabet (dona da Google), Booking Holdings (ex-Priceline) e Zion Oil & Gas Equity Warrants.
A questão foi meramente técnica, tratando-se apenas de um "bug", pelo que os analistas em geral não se mostraram preocupados, referiu a CNBC. "Não há nada de errado com estas empresas. A NYSE refere-se a um problema de ‘price scale code’, mas isso é jargão financeiro para um ‘bug’ na negociação bolsista", destacou também a Cnet.
Sublinhe-se que estas cotadas continuaram a transaccionar nas plataformas de negociação de onde são naturais e noutras plataformas alternativas, como é o caso da ARCA, que é a plataforma electrónica da NYSE.
Amanhã, recorde-se, será a vez de a Amazon se confessar ao mercado – isto no dia em que deverá retomar a negociação normal na NYSE.