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EDP destrona Galp Energia do posto de mais valiosa da bolsa
Desde setembro de 2017 que o estatuto de cotada mais valiosa da bolsa portuguesa pertencia à Galp Energia.
A EDP e a Galp Energia têm nos últimos anos disputado o estatuto de cotada mais valiosa da bolsa portuguesa. A petrolífera liderava o "ranking" desde setembro de 2017, mas agora volta a ser a EDP que apresenta uma capitalização bolsista superior.
A empresa liderada por António Mexia fechou esta terça-feira a valorizar 1,55% para 3,136 euros, elevando o seu valor de mercado para 11,466 mil milhões de euros. Já a Galp Energia encerrou a sessão com uma capitalização bolsista de 11,286 mil milhões de euros.
A diferença entre as duas empresas de energia é agora de 181 milhões de euros. Já ontem era favorável à EDP, acabando com um período de 16 meses de reinado da Galp Energia.
Foi em 19 de setembro de 2017 que a Galp Energia superou a EDP e desde então a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva alargou a diferença para a elétrica. Esta chegou a superar os 3 mil milhões de euros, quando há um ano (23 de janeiro de 2018) o mercado estava a avaliar a EDP em 10,56 mil milhões de euros e a Galp Energia em 13,59 mil milhões de euros.
OPA e queda do petróleo ditam aproximação
Desde então várias coisas mudaram. A EDP foi alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) por parte do seu maior acionista, a China Three Gorges, que colocou em cima da mesa 3,26 euros por ação.
A oferta dos chineses impulsionou o valor de mercado da EDP, mas foi insuficiente para a elétrica roubar o primeiro lugar da bolsa portuguesa à Galp Energia. Nessa altura o petróleo negociava em alta nos mercados internacionais (o Brent era transacionado acima dos 70 dólares por barril), o que impulsionou a cotação das petrolíferas, como é o caso da Galp.
No início de junho de 2018, já depois da OPA, a diferença entre as duas cotadas era mais curta, mas ainda assim próxima de mil milhões de euros. Foi a queda das cotações do petróleo que levou esta diferença a aproximar-se de zero e a ficar agora favorável à EDP, isto apesar de no mercado ter esmorecido o cenário de sucesso da OPA da China Three Gorges (as ações da elétrica negoceiam há vários meses abaixo da contrapartida dos chineses). Em Outubro, quando o petróleo atingiu um máximo de quatro anos, o valor de mercado da Galp Energia ainda era 2,5 mil milhões de euros superior ao da EDP.
A matéria-prima entrou depois em queda livre e registou, no quarto trimestre, o pior desempenho desde 2014, com uma queda próxima dos 40%. As cotações do petróleo até recuperam em 2019 (Brent acumula ganhos de 14% este ano), mas o desempenho em bolsa da petrolífera é negativo.
As ações da Galp Energia descem 1,34% em 2019, tendo na segunda-feira sido fortemente pressionadas pelos resultados preliminares de 2018, que dececionaram os investidores. Já as da EDP acumulam uma subida de 2,85% este ano.
Longe da "luta" entre a EDP e a Galp continua a Jerónimo Martins. A retalhista, que também já chegou a ser a mais valiosa da praça portuguesa, tem atualmente uma capitalização bolsista de 7,9 mil milhões de euros. A EDP Renováveis surge depois das três primeiras, a uma distância de cerca de mil milhões de euros da dona do Pingo Doce.