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Bolsas e petróleo afundam e valores-refúgio disparam com liderança de Trump

Os mercados accionistas estão a reagir em forte baixa à liderança do candidato republicano na contagem de votos das eleições presidenciais nos EUA. Já o ouro, iene e OT norte-americanas a 10 anos estão a ser muito procurados e a ganhar terreno.

09 de Novembro de 2016 às 05:40
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As bolsas mundiais estão a negociar no vermelho um pouco por todo o mundo, perante a cada vez mais provável vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca, já que o republicano tem falado em renegociar acordos comerciais importantes, é anti-imigração e advoga muitas medidas proteccionistas. 

Em Wall Street, os principais índices estão a afundar. Os futuros do S&P 500, que é uma referência mundial, seguem a perder 5% na negociação fora de horas.

Dizem as regras que quando os contratos quebram 5% face a um patamar de referência (que é calculado nos últimos 30 segundos de negociação da sessão anterior), a negociação é suspensa, pelo que se na abertura regular da bolsa esta tendência se mantiver, terá de ser accionada essa suspensão.

No Japão, os índices Topix e Nikkei 225 mergulham 5% e 5,5%, respectivamente. Na Tailândia, o índice Taiex, por seu turno, fechou a ceder 3%.

As bolsas europeias deverão também abrir em forte queda esta quarta-feira. Na negociação dos futuros, o índice britânico FTSE 100 recua 4,7%. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 arrancaram a afundar 4%.

No mercado de dívida os sinais também se fazem sentir, com os credit default swaps (CDS) das obrigações empresariais a registarem a maior subida desde Dezembro, de acordo com a Bloomberg.  



Governo e banco central do Japão reúnem-se de emergência


O governo do Japão e o seu banco central (BoJ) vão reunir-se num gabinete de crise esta quarta-feira, devido às convulsões nos mercados decorrentes da provável vitória de Trump.

"Ouro negro" a mergulhar 

Nos mercados petrolíferos, a tendência é também baixista. Em Londres, o Brent do Mart do Norte perde 2,26% e nos EUA o crude de referência - West Texas Intermediate - resvala 3,5%.

Peso mexicano em mínimo histórico face ao dólar


O peso mexicano, que funciona como barómetro para os investidores quanto ao rumo dos resultados das presidenciais nos EUA, segue a afundar face ao dólar – já que o candidato republicano, que neste momento lidera, defende medidas anti-imigração. A moeda está neste momento a cair 12% contra a nota verde, a maior descida dos últimos 22 anos, tendo atingido um mínimo de sempre ao quebrar a fasquia dos 20 pesos por dólar.

O índice do dólar, indicador da nota verde face a seis moedas globais, cai 1,1%.

Índice de volatilidade dispara 25%


O VIX – índice de volatilidade, também conhecido como índice do medo – que é um bom barómetro das expectativas de evolução das bolsas americanas, segue a disparar 25%.

Ouro, iene e OT a 10 anos em alta com novo "cisne negro"


O ouro, o iene face ao dólar e as Obrigações norte-americanas do Tesouro na maturidade a 10 anos, que são a referência, estão a ganhar terreno e a reforçar os seus estatutos de valor-refúgio, com muitos investidores a procurarem segurança nestes activos perante a possibilidade crescente de Trump vencer as eleições presidenciais nos EUA – o que, a acontecer, poderá ser tido como um segundo "cisne negro", depois da grande supresa do Brexit quando tudo apontava para que o Reino Unido se mantivesse na União Europeia.

O metal amarelo segue a escalar 5,1%, naquela que é a sua maior subida desde 2009, para 1.338,30 dólares por onça.

Também as OT norte-americanas a 10 anos estão a transaccionar em alta, pelo que as 'yields' - que negoceiam sempre na direcção oposta - cedem terreno, caindo neste momento 14 pontos base para 1,72% (mínimo do último mês).


O termo "cisne negro" é usado quando se concretiza algo altamente improvável, que traz por isso um impacto desmesurado. O americano-libanês Nassim Nicholas Taleb cunhou o termo, com o livro "O cisne negro" ("The Black Swan", no original), que usou para expressar um fenómeno que raramente acontece - já que é raro encontrar um cisne desta cor -, sendo por isso difícil de prever. É totalmente inesperado, pelo que altera tudo o que é previsível quando de facto acontece. 

Fed pode já não subir juros em Dezembro

Antes de começar a contagem dos votos das presidenciais norte-americanas, a expectativa de que a Reserva Federal subisse a taxa de juro directora na reunião do próximo mês – depois de ter iniciado o rumo de aumento dos juros em Dezembro de 2015 – era de 84%. Agora, conforme a contagem avança e Donald Trump está na liderança, essa possibilidade caiu para menos de 50%, refere o Financial Times. 

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