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BES avança mais de 6% com reorganização societária

O fim da parceria do Grupo Espírito Santo com o Crédito Agricole abre portas a novidades no BES. Os investidores estão optimistas. As acções do banco lideraram os ganhos em Lisboa e também estiveram na linha da frente na Europa.

Bruno Simão/Negócios
01 de Abril de 2014 às 17:35
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O Banco Espírito Santo marcou hoje a segunda maior subida em bolsa de 2014. O anúncio de uma simplificação da estrutura accionista, como fim da parceria entre o Grupo Espírito Santo e o francês Crédit Agricole, animou os títulos.

 

Depois de ontem terem já ganho mais de 0,5%, as acções do BES somaram hoje 6,40%. Terminaram o dia nos 1,446 euros. Foram trocadas mais de 23,8 milhões de acções, acima da média diária dos últimos seis meses (19 milhões).

 

Foi o banco que mais subiu na Bolsa de Lisboa. O BCP ganhou 3%, o BPI somou quase 3,5%, enquanto o ESFG e o Banif se ficaram por ganhos inferiores a 1%. O PSI-20, por sua vez, somou 1,67%. O BES poderá ter ficado na frente dos ganhos porque é o que apresenta a menor valorização desde o início do ano entre os três maiores bancos. O que poderá permitir ganhos aos investidores no futuro.

 

“[Pode ter acontecido uma] arbitragem em termos de desempenho acumulado no ano [já que] é o que apresenta menor ganho dos três maiores bancos cotados”, comenta João Queiroz, director de negociação da GoBulling. Com o avanço de hoje, o BES apresenta um ganho anual de 39%, aproximando-se do BCP, com uma valorização de 41%. O BPI segue distante, com uma valorização nos últimos três meses de 62%.

 

Fim da parceria


O BES tem sido notícia nos últimos dias devido às modificações no modelo de governação e na estrutura accionista que estão a ser preparadas. Até aqui, o Grupo Espírito Santo exercia o controlo sobre o banco através da Bespar, com 35,3% do banco. A Bespar, parceria dominada pelo Espírito Santo Financial Group (73,6%) e o Crédit Agricole (26,4%), será extinta para reduzir as necessidades financeiras na reestruturação que está a ser levada a cabo no grupo (nomeadamente na área não financeira).

 

A parceria vai perder esta forma e tanto o ESFG como o banco francês passarão a ter posições directas no BES. O Agricole fica, assim, livre para decidir o futuro da sua participação.

 

“No caso específico do BES, a extinção da holding Bespar retira o ESFG do controlo do Banco de Portugal, dispensando os testes de stress do BCE. Com a tomada de participações directas pelo GES e do Crédit Agricole, o BES moderniza o seu modelo de governação”, comenta o gestor da corretora XTB, Steven Santos.

 

"A reorganização do Grupo Espírito Santo está a ser bem recebida pelo mercado, devido à simplificação do modelo de governação e ao menor escrutínio pelo BCE", acrescenta Steven Santos. “Uma hipotética reestruturação a nível societário poderia abrir mais o capital social e clarificar a forma de controlo”, é um dos destaques de João Queiroz, da GoBulling.

 

Com o GES sem uma posição de controlo, havendo uma maior dispersão accionista, o BES fica mais vulnerável a uma oferta pública de aquisição, nomeadamente uma hostil (que vá contra os interesses da administração).

 

O especialista da XTB antecipa, igualmente, que caminhando-se para essa participação directa, poderá haver uma correlação positiva entre as acções do BES e do Crédit Agricole, ou seja, uma tendência para terem movimentos semelhantes. A instituição gaulesa somou 4,11%.

 

João Queiroz também olha para a “perspectiva de reorganização interna” e seu impactos nos custos e ainda para a “possibilidade de recomposição dos recursos e aplicações”. Neste caso, poderá ter impacto no rácio de transformação, que faz a relação entre os créditos concedidos e os depósitos recebidos. O BES é o que apresenta o maior rácio de transformação entre a grande banca portuguesa, sendo que é mais positivo quando menor ele for.

 

BES também em destaque na Europa

 

Na Europa, a instituição financeira liderada por Ricardo Salgado também esteve em destaque, registando a terceira maior subida. O índice da banca europeia avançou 1,8%.

 

O conselho do Banco Central Europeu irá reunir-se esta semana e antecipa-se, neste momento, que possam vir a ser anunciadas medidas de apoio à economia.

 

Além disso, refere Steven Santos, da XTB, “o sector da banca está a subir na Europa, impulsionado pelo relatório do BCE, que revelou o aumento marginal da liquidez em excesso na Zona Euro de 102,4 mil milhões de euros para 103,1 mil milhões, contrariando os receios sobre a menor liquidez no sistema bancário”.

 

 

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