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Banca e PT perdem 2% e levam PSI-20 a encerrar no vermelho
O principal índice da praça de Lisboa encerrou a perder 1% e acompanhou a tendência das principais praças europeias.
O PSI-20 encerrou em terreno negativo, perdendo 1,01%, para os 6.696,67 pontos, com 13 empresas em queda e sete em terreno negativo. Esta foi a terceira sessão consecutiva em que o principal indice da praça de Lisboa encerrou em queda.
Na Europa, o sentimento foi maioritariamente negativo, com excepção para o índice grego, que somou mais de 1%. Lisboa é a praça que mais perdeu, seguida do germânico DAX que cede 0,87%.
A Bloomberg escreve mesmo que os índice europeus estão a aproximar-se do pior início do ano desde 2010. A motivar este comportamento estão os resultados de algumas empresas europeias, que ficaram aquém do estimado. Mas não só. A crise nos mercados emergentes, associada à retirada de estímulos por parte da Reserva Federal dos EUA (Fed) tem vindo a pressionar o comportamento dos mercados financeiros.
A Fed começou a reduzir estímulos em Dezembro e, esta semana, a Reserva Federal decidiu voltar a cortar - uma redução de 75 mil milhões para 65 mil milhões de dólares - as compras mensais de títulos do Tesouro e activos hipotecários, na última reunião do Comité de Operações no Mercado Aberto que foi presidida por Ben Bernanke.
Também esta semana vários países alteraram a sua política monetária para travar a queda da sua moeda. Na última terça-feira, dia 28, a Turquia convocou uma reunião de emergência para subir a sua taxa de juro de 4,5%, para 10%, depois da moeda do país ter registado uma queda acentuada e da lira ter fixado um novo mínimo histórico. Além da Turquia, também esta terça-feira a Índia aumentou a taxa de juro de referência do país - de 7,75% para 8% - para combater a subida da inflação e as quedas acentuadas da moeda. E na quarta-feira, 29 de Janeiro, a África do Sul subiu a taxa de juro para travar a queda das suas moedas.
Por cá, a pressionar o sentimento do principal índice da Bolsa de Lisboa está o sector financeiro, com quedas em torno dos 2%. Assim, o BCP – que apresenta resultados na próxima segunda-feira, dia 3 de Fevereiro - foi o banco que mais caiu, desvalorizando 2,35% para 0,166 euros, seguido do BES, que perdeu 2,08% para 1,13 euros.
O BPI cedeu 1,95% para 1,51 euros. As acções do banco liderado por Fernando Ulrich chegaram, na sessão desta sexta-feira, a perder 5,52% para 1,455 euros. Ontem, dia 30, o banco apresentou resultados. O resultado líquido apurado em 2013 foi de 66,8 milhões de euros, o que representa uma queda de 73,2% face ao ano anterior, altura em que o lucro do banco foi de 249,1 milhões de euros. Os números também ficaram abaixo da estimativa de 81,7 milhões de euros do Caixa BI. Nos três meses que terminaram a 31 de Dezembro, as actividades do banco saldaram-se numa perda de 5,8 milhões de euros.
Já o Banif – que apresenta resultados na próxima segunda-feira - avançou 1,71% para 0,0119 euros. Jorge Tomé, presidente do Banif, revelou ontem ao Negócios que o banco encontra-se, neste momento, em "negociações finais" com investidores para a última fase do plano de capitalização. À margem da cerimónia de entrega de prémios da Euronext, o presidente executivo do Banif, afirmou que haverá novidades "em breve", sem querer adiantar mais pormenores.
A Portugal Telecom também pressionou o comportamento do PSI-20. A operadora caiu 2,33% para 3,265 euros. No restante sector das telecomunicações a tónica foi também negativa, tendo a Zon Optimus perdido 1,47% para 4,965 euros e a Sonaecom desvalorizou 1,41% para 2,379 euros.
Na energia, o sentimento foi misto com a Galp Energia a ceder 0,48% para 11,48 euros. No grupo EDP, a casa-mãe fechou do lado das perdas, cedendo 0,61% para 2,786 euros e a EDP Renováveis avançou 0,54% para 4,273 euros.
No retalho, a Jerónimo Martins perdeu 0,16% para 12,705 euros e a Sonae caiu 1,85% para 1,17 euros.
(Notícia actualizada às 17h06)