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Banca afunda bolsa para mínimos de Dezembro
A bolsa nacional acentuou a tendência de perdas, encontrando-se agora a cair mais de 2%, com uma forte pressão da banca, em especial BCP e BES que recuam mais de 5%.
O PSI-20 está a recuar 2,65% para 5.307,47 pontos, depois de ter iniciado a sessão a subir. Das 20 cotadas, 14 estão a cair, quatro a subir e duas negoceiam inalteradas.
Desde o início do ano, o PSI-20 já desvalorizou mais de 6%, encontrando-se hoje em mínimo de 10 de Dezembro de 2012.
A sessão desta segunda-feira está a ser marcada pela queda das acções chinesas, que entraram em "bear market" (queda de 20% desde máximos). O CSI 300 afunda 6,3%, depois do banco central do país ter afastado um cenário de "cash crunch", pedindo aos bancos que controlem os riscos da expansão rápida do crédito. A taxa de juro do mercado interbancário, que os bancos chineses cobram entre si, disparou para 6,47%, mais que duplicando a média deste ano.
Também os juros da dívida portuguesa estão esta manhã em forte alta, em linha com o comportamento das obrigações europeias, com os investidores a continuarem a reduzir a exposição a este segmento devido aos receios de que a Reserva Federal diminua a compra de títulos de dívida.
A “yield” das Obrigações do Tesouro a 10 anos avança 17 pontos base para 6,6%, muito perto de quebrar os máximos do ano, fixados recentemente. Na dívida a cinco anos, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, a taxa de juro sobe 15 pontos base para 5,543%, o nível mais elevado desde 9 de Janeiro deste ano.
O principal sector que está a pressionar a bolsa nacional é a banca, com o BCP a depreciar 6,52% para 0,086 euros, e o BES a recuar 5,75% para 0,59 euros. Também o BPI desliza 6,6% para 0,849 euros. Banif e ESFG negoceiam inalteradas nos 0,098 euros e 5,26 euros, respectivamente.
A bolsa nacional está cada vez mais dependente do comportamento do sector financeiro. No espaço de apenas um ano, o peso da banca no índice de referência do mercado português duplicou, fruto da valorização expressiva dos títulos. BCP, BES, BPI e Banif têm já uma ponderação de quase 20% no PSI-20. A entrada do ESFG, que vem substituir a Novabase a partir de hoje, dá mais força a este sector, tornando Lisboa ainda mais dependente da evolução dos juros da dívida de Portugal.
O sector energético também inverteu a tendência, e, a seguir à banca, é o que mais pressiona o índice. Galp Energia e EDP Renováveis seguem agora a depreciar 1,70% e 1,75% para 11,595 euros e 3,586 euros, respectivamente. Também a EDP recua 1,48% para 2,403 euros.
A PT, que iniciou a sessão a liderar os ganhos da bolsa, encontra-se agora a recuar 1,08% para 2,852 euros.
A impedir maiores quedas do índice nacional está a Semapa, que avança 1,03% para 6,50 euros.
No resto da Europa, a Vodafone chegou a acordo para a compra da Kabel Deutschland, por 10,1 mil milhões de dólares, cerca de 7,7 mil milhões de euros, e é expectável que o sentimento de confiança alemão venha a aumentar em Junho, 0,2%, de acordo com a média dos analistas inquiridos pela Bloomberg.
(notícia actualizada às 10h00 com novas cotações e informação sobre a China)