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Analistas: Fusão da EDP/Gas Natural será difícil

As duas empresas já desmentiram que estão em negociações para formar uma "utility" avaliada em 35 mil milhões de euros. Os analistas consideram que o negócio tem racional, mas embateria em questões políticas.

A EDP, liderada por António Mexia, reforçou o estatuto da cotada mais lucrativa da bolsa portuguesa. A eléctrica obteve um resultado líquido de 263 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais 11% que no mesmo período de 2015.
04 de Julho de 2017 às 22:55
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Os analistas acreditam que a fusão entre a Gas Natural e a EDP seria benéfica para as duas empresas e positiva para os seus accionistas. Mas há alguns entraves que dificultariam esta operação. E o maior seria político.

A EDP e a Gas Natural já desmentiram a existência de negociações com vista a uma fusão. No entanto, os analistas avaliaram a operação. A conclusão do BPI é de que seria "um bom passo estratégico das duas empresas", até porque têm pouca sobreposição de negócios, especialmente depois de a EDP ter vendido a Naturgas em Espanha. O que significa que os eventuais problemas de concorrência seriam reduzidos, ao contrário de outras potenciais operações.

Já o Haitong considera que a união das duas empresas criaria uma companhia com um portefólio de geração mais equilibrado e ficaria muito próxima da Endesa e da Iberdrola no mercado de electricidade ibérico.

Do lado dos maiores riscos estão questões políticas, já que a fusão das duas empresas eliminaria uma grande companhia de um dos dois países, o que poderá levar a "interferências políticas", salienta o BPI.

O Haitong tem uma posição semelhante, considerando que "seria muito difícil para o Governo português aceitar" esta operação, uma vez que a EDP tem "o monopólio da distribuição de electricidade em Portugal e é, de longe, o maior produtor de electricidade".

E, ainda que as notícias tenham sido negadas, o Haitong considera que são potencialmente positivas para a EDP já que "criam um ângulo de fusões e aquisições numa acção fortemente penalizada" nos últimos tempos e cuja "avaliação parece muito barata".  E  as acções reflectiram este contexto, tendo chegado a subir mais de 3%.

Os números em bolsa mostram este cenário. Em Junho, a EDP perdeu mais de 12%, tendo mesmo negociado em mínimos de Março, com as investigações em torno das rendas na energia como pano de fundo. Já as avaliações, quer do Haitong quer do BPI, estão acima dos 3,50 euros, conferindo aos títulos um potencial de subida superior a 20%.

A EDP perdeu, em Junho, mais 900 milhões de euros do que a par espanhola, um valor que supera os números que o Governo procura recuperar no âmbito da revisão dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) e que podem ascender em até 500 milhões.

O Haitong diz que este tipo de notícias de negociações e discussões entre empresas não surgem como uma grande surpresa, uma vez que tem sido defendido por agentes do sector que "este será um ano ‘vintage’ para as fusões e aquisições entre as ‘utilities’ ibéricas".
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