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Afinal os perdedores são os vencedores nos mercados bolsistas

As tendências observadas nos mercados financeiros durante boa parte do ano inverteram-se no último trimestre, desafiando as ideias dos investidores sobre a economia global.

20 de Novembro de 2018 às 18:00
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No mercado accionista, as bolsas dos EUA destacaram-se, mas agora estão atrás das acções de países emergentes, que, por sua vez, foram as grandes perdedoras do segundo e terceiro trimestres. No câmbio, o dólar australiano e o dólar neozelandês estiveram entre as três moedas do G10 de pior desempenho entre Janeiro e Setembro, mas tornaram-se as melhores. No mercado de dívida, os títulos da Indonésia, que estiveram entre os que mais afundaram, estão nas alturas.

 

O debate agora é se o padrão recente é uma excepção ou o início de um ajuste mais consistente. Pergunta-se se o sector de tecnologia, que impulsionou os ganhos nos EUA, está a entrar numa substancial desaceleração; se os rendimentos dos títulos dos EUA continuarão a subir, o que tende a impulsionar o dólar e as acções do sector financeiro; e como é que a China vai sair do abrandamento económico e da guerra comercial contra os EUA.

 

Para estrategas do Citigroup, a recente desvantagem das bolsas dos EUA em relação às dos países emergentes passará e as americanas voltarão à dianteira. O Goldman Sachs Group espera que o dólar australiano continue a apreciar-se em relação ao euro.

 

Estas são algumas das tendências em transformação nos mercados:

Acções de países emergentes

O MSCI Emerging Markets Index subiu 3,3% este mês e tem mais de 2 pontos percentuais de vantagem sobre o S&P 500 e o MSCI World Index (que acompanha acções de países desenvolvidos). No entanto, o índice de nações em desenvolvimento chegou a ter 17 pontos de desvantagem em 2018.

 

Perdedores de sempre

A última década foi dura para estratégias voltadas para acções de valor (títulos que são considerados subavaliados), mas isto começa a mudar com o tombo das acções de empresas de rápido crescimento (empresas que se prevê crescerem a um ritmo mais elevado do que a média do mercado). Com a derrapagem do bloco FAANG (Facebook, Apple, Amazon.com, Netflix e Google), o índice que acompanha estas acções nos EUA está 2 pontos à frente dos títulos de crescimento rápido desde o início de Outubro.

 

Petróleo em queda

O petróleo foi um dos activos de melhor desempenho até ao último trimestre deste ano. Com a intensificação das preocupações com a oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e sinais de enfraquecimento da procura, o barril afundou e entrou em "bear market" após seis semanas consecutivas de perdas.

 

Desastre no sector de tecnologia

As acções que puxaram pelos ganhos de longo prazo nas bolsas dos EUA estão a afundar. A maior empresa do mundo, a Apple, está 18% abaixo do pico registado no início de Outubro. O Facebook viu o seu valor do mercado encolher cerca de um terço desde Julho, quando atingiu um recorde.

 

Dores da China

As bolsas chinesas tentam recuperar da tendência negativa que marcou o ano. Pela primeira vez em mais de um mês, o Shanghai Composite fechou acima da média móvel dos últimos 50 dias e está perto de romper uma resistência técnica observada desde Janeiro. Embora a retórica entre EUA e China continue tensa, alguns investidores começam a considerar que a disputa comercial já está descontada nas cotações dos activos.

 

Reinado do dólar

Uma tendência crucial para diversas estratégias é a direcção do dólar, a moeda de reserva do mundo inteiro. Após a consistente depreciação na maior parte de 2017, o dólar recuperou até o segundo semestre deste ano, tumultuando diversos mercados — de commodities a acções de países emergentes. Nesta altura, hedge funds estão convencidos de que esta tendência de ganhos vai perdurar. As apostas especulativas no dólar estão no patamar mais elevado desde o início de 2017.

(Texto original: This Year's Market Losers Turn Winners as 2018 Winds Down)

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