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Praças europeias recuam de máximos mas ganham quase 1% na semana
As bolsas do Velho Continente terminaram a semana a atenuar a valorização de quinta-feira, que levou o Stoxx 600 a um máximo de Julho de 2008, anterior à crise provocada pela falência do Lehman Brothers. Um desempenho que foi conduzido pela política monetária dos Estados Unidos.
O Dow Jones Stoxx 600 encerrou a sessão de sexta-feira a desvalorizar 0,27% para 314,20 pontos. O índice de referência para a Europa recuou do máximo de cinco anos que renovou na quinta-feira e registou uma subida semanal de 0,9%.
O desempenho das acções europeias tem sido marcado pela política monetária norte-americana. Na quarta-feira, após o encerramento dos mercados no lado de cá do Atlântico, o presidente da Reserva Federal Ben Bernanke anunciou a decisão de manter inalterados os estímulos à economia dos Estados Unidos.
A reacção fez-se sentir no dia seguinte, com as acções europeias a valorizarem e a levarem o Stoxx 600 a níveis em que já não negociava desde Julho 2008, anterior à crise provocada pela falência do Lehman Brothers.
Esta sexta-feira, as acções chegaram a subir 0,2% mas acabaram por corrigir dos máximos, num dia que ficou marcado pelas declarações de James Bullard, governador da Fed de St. Louis, que disse que a autoridade monetária poderá iniciar a retirada dos estímulos na reunião do próximo mês.
"Quase todos os investidores esperavam que a Fed tivesse iniciado já a retirada" da política expansionista, disse o estratega do Nordea Bank, Henrik Drusebjerg, à Bloomberg. "Os comentários de Bullard são algo que diz respeito aos investidores, já que tivemos uma subida e tanto na semana, motivada pela manutenção dos estímulos", acrescentou.
O sector automóvel foi dos que mais recuou, com os títulos da Volkswagen a perderem 2,12% para 168,157 euros por acção. Já a francesa Renault cedeu 0,75% para 60,82 euros e a Fiat ganhou 0,33% para 6,17 euros. A Adidas anunciou uma revisão em baixa das metas para os lucros deste ano e viu a sua cotação cair 3,00% para 80,11 euros.
Eleições "renhidas" levam DAX a recuar de máximo histórico
Nos restantes índices, o destaque vai para o DAX, que desceu 0,21% para 8.675,73 pontos. O índice de Frankfurt inverteu a tendência altista que chegou a desempenhar durante a sessão e acabou por recuar de um novo máximo histórico fixado na quinta-feira. A pressionar estarão as declarações de Bullard, mas também o aproximar das eleições alemãs.
Uma sondagem publicada na quinta-feira deu conta de uma aproximação da oposição à coligação de governo liderada por Angela Merkel. Os social-democratas ganharam um ponto percentual e estão 10 pontos atrás do resultado combinado do União Democrata Cristã e da União Social Cristã, que representa o mesmo partido na Baviera.
Contudo, nenhuma das forças políticas conseguiu maioria absoluta, nas sondagens, mesmo quando coligadas. O analista alemão, Michael Kapler, afirma que as “as eleições parecem extremamente renhidas, actualmente”.
O britânico Footsie 100 recuou 0,44%, na sessão, e o parisiense CAC-40 encerrou quase inalterado ao desceu 0,06%. Já o espanhol IBEX foi uma das excepções ao progredir 0,20%.