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A semana em oito gráficos: PSI-20 completou maior ciclo de quedas deste ano

As bolsas mundiais viveram uma semana negativa, sobretudo à conta das incertezas em torno da guerra comercial entre os EUA e a China.

Guerra comercial arrasta bolsas dos dois lados do Atlântico

Guerra comercial arrasta bolsas dos dois lados do Atlântico

As incertezas sobre o futuro próximo, muito devido ao impasse em torno da guerra comercial entre os EUA e a China minaram a confiança dos investidores e isso foi bem visível no desempenho das bolsas. A semana foi de perdas generalizadas nas praças bolsistas mundiais, com a alemã a ser a que mais perdeu. O português PSI-20 esteve do outro lado, tendo sido o que menos caiu.

PSI-20 completa o maior ciclo de quedas semanais de 2019

PSI-20 completa o maior ciclo de quedas semanais de 2019

A queda semanal do PSI-20 não foi acentuada, tendo sido inferior a 0,5%, contudo foi significativa. Isto porque foi a quarta semana consecutiva de perdas, o que ainda não tinha acontecido este ano. A última sessão da semana até foi positiva para a bolsa nacional, com o índice a recuperar de mínimos de janeiro.

Desconto de dividendos pesa na bolsa

Desconto de dividendos pesa na bolsa

Uma das questões que mais pesou na negociação bolsista desta semana foi o desconto dos dividendos. Apesar de se tratar de um ajuste apenas técnico, o efeito é sentido no desempenho das ações. Assim, a Sonae Capital foi a cotada que mais cedeu, na semana em que descontou o dividendo de 7,4 cêntimos por ação o que, no dia em que ajustou, correspondia a uma descida de 8,5%. A Nos e a REN foram as restantes cotadas que descontaram dividendo.

Tecnológicas e setor automóvel foram os mais pressionados

Tecnológicas e setor automóvel foram os mais pressionados
As cotadas que mais caíram na semana na Europa foram as que estão mais expostas à guerra comercial. Em causa estão as tecnológicas e as fabricantes automóveis, como o caso da Fiat Chysler, num ambiente de grande incerteza em relação ao futuro das tarifas comerciais. 

Kohl’s penaliza S&P 500

Kohl’s penaliza S&P 500
A retalhista norte-americana Kohl’s afundou 19,84% esta semana, tendo sido o título do Standard & Poor’s 500 que mais terreno perdeu, depois de rever em baixa as suas perspetivas anuais e ter reportado vendas trimestrais abaixo das estimativas dos analistas. À conta da especial pressão sobre o setor tecnológico esta semana, muitas cotadas destas áreas de negócio, como as dos semicondutores, negociaram em baixa. O mesmo aconteceu com os títulos da energia, devido às fortes quedas dos preços do petróleo, especialmente na quinta-feira, devido ao aumento das reservas norte-americanas de crude.

Libra recupera na última sessão da semana

Libra recupera na última sessão da semana
A moeda britânica ganhou terreno face à moeda única europeia na sexta-feira, pela primeira vez em 14 sessões. Isto num dia em que a libra esterlina chegou a descer a um mínimo de 21 de janeiro, na sequência de uma queda de 0,19 para os 1,1299 euros. Com o anúncio formal da demissão de Theresa May, o que levará a que o processo de sucessão comece na próxima semana, a libra conseguiu recuperar algum fôlego. Já a moeda única europeia valorizou face ao iene e ao dólar, numa semana em que as tensões comerciais voltaram a fragilizar a nota verde.

Petróleo com maior queda semanal desde janeiro

Petróleo com maior queda semanal desde janeiro
As cotações do "ouro negro" registaram a pior semana do ano, tendo marcado a terceira semana consecutiva de perdas. A pesar no desempenho da matéria-prima estiveram as tensões EUA-China, que intensifica os receios de uma diminuição da procura, bem como o aumento inesperado dos inventários norte-americanos de crude.

Juros portugueses abaixo de 1%

Juros portugueses abaixo de 1%
Os juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram esta semana, tendo-se fixado na negociação intradiária de quinta-feira abaixo de 1% pela primeira vez – e marcado na sexta-feira um novo mínimo histórico nos 0,971%. Nos restantes países europeus, os juros das obrigações soberanas também aliviaram de forma generalizada. As obrigações estão a beneficiar do momento de perturbação nos mercados de capitais, servindo de refúgio aos investidores.
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O impasse nas negociações comerciais os Estados Unidos e a China e o endurecimento do tom de Washington para com Teerão, numa altura em que os EUA reforçaram as sanções às exportações petrolíferas do Irão, pressionaram esta semana os mercados mundiais.

 

Mas o que mais contribuiu para o clima de incerteza, intensificando o nervosismo dos investidores, foi o corte de relações com a chinesa Huawei por parte das suas fornecedoras norte-americanas – isto depois de Donald Trump ter decidido na semana passada proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de "risco", tendo em vista nomeadamente a Huawei.

 

Depois de a Google ter anunciado que ia suspender os negócios com a Huawei, não demorou muito até outras fabricantes dos EUA seguirem os mesmos passos, no âmbito da ordem executiva da Administração Trump de proibir as empresas norte-americanas de fornecerem aquela empresa chinesa (e outras) sem uma licença do governo dos Estados Unidos. Esta decisão penalizou fortemente o setor tecnológico em bolsa.

 

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos anunciou entretanto na terça-feira que irá conceder um prazo de três meses para que as empresas norte-americanas continuem a negociar com a Huawei, permitindo-lhes manter, para já, as redes e equipamentos existentes, bem como as atualizações de software – e foi este anúncio que fez hoje virar o sentimento dos investidores depois das quedas em Wall Street no arranque da semana.

 

Mas foi sol de pouca dura, pois na quarta-feira foi avançado que o governo dos Estados Unidos estaria a ponderar aplicar restrições semelhantes a mais cinco tecnológicas chinesas, entre as quais a fabricante de equipamentos de videovigilância Hikvision, o que deverá agravar ainda mais as tensões entre os dois países.

 

Na quinta-feira à noite, já depois do fecho de Wall Street, Trump disse que o destino da chinesa Huawei pode ser discutido no contexto das relações comerciais com Pequim, o que levou a que as bolsas recuperassem na última sessão da semana. Não foi, contudo, suficiente para um saldo semanal positivo.

 

Por cá, o PSI-20 completou o maior ciclo de descidas deste ano.

 

Já nas matérias-primas, o petróleo marcou a pior semana de 2019.

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