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A diversão ainda mal começou para as acções dos mercados emergentes

O principal risco para os investidores em acções dos mercados emergentes não é serem apanhados de surpresa por uma queda, mas saírem demasiado cedo do “rally”.

Bloomberg
26 de Janeiro de 2018 às 15:36
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Com as acções dos mercados emergentes a comemorarem o segundo ano de uma escalada que começou depois de os Estados Unidos terem subido os juros pela primeira vez numa década, os gestores de activos estão a questionar-se até onde irão os ganhos. É provável que em breve ocorram algumas perdas, mas a grande questão é se será uma correcção temporária ou o fim de um movimento de subidas que nem deveria ter acontecido.

Na verdade, há alguns sinais que indicam que o mercado pode estar sobreaquecido: depois de uma subida de 80%, as acções estão em máximos de oito anos e os padrões técnicos atingiram pontos que despoletaram desvalorizações no passado. Mas a análise fundamental mostra que há muito espaço para as acções continuarem a recompensar os investidores.

"Uma oscilação de mais de 30% no mercado normalmente indicaria uma distensão na avaliação das acções", escreveu Edward Evans, gestor de portefólio de acções da Ashmore Group em Londres, numa nota dirigida aos clientes. "No entanto, não é o caso. A força do mercado foi acompanhada pela melhoria do crescimento dos resultados das empresas".

A 21 de Janeiro de 2016, aqueles que cobriam os mercados emergentes na Bloomberg tiveram que noticiar uma história triste, mas verdadeira: uma debandada de 2,3 biliões de dólares que fez com que as acções tivessem o pior começo de ano já registado, com pelo menos 26 países em desenvolvimento num "bear market" (mercado urso). A maioria dos analistas culpou o aumento dos juros por parte da Reserva Federal, o banco central dos EUA, pela fuga de capitais e antecipou mais perdas.

Dois anos depois, a realidade mudou totalmente. O índice de referência MSCI Emerging Markets Index registou o melhor início de ano dos últimos, atingindo quase um recorde. A capitalização do mercado está num máximo de 20 biliões de dólares. Face a 2016, a volatilidade é menos de metade, e as estimativas de lucros aumentaram em mais de um terço.

Mas aqui está o cerne da questão: os investidores não aumentaram o prémio que pagam para ter acções dos mercados emergentes tão rapidamente como os analistas aumentaram as estimativas de lucros para as empresas. Os próximos meses poderão mostrar que um desses grupos está errado. Serão os investidores ou os analistas?

O gráfico em baixo sugere uma resposta: os resultados estão a corresponder às expectativas pela primeira vez em seis anos, o que significa que são os investidores que precisam de se aproximar dos analistas, e não o contrário.








É claro que a dinâmica do mercado pode permanecer distante dos fundamentais durante longos períodos. Um colapso das acções dos EUA poderia ter repercussões nos mercados emergentes. Por estes motivos, faz sentido que os investidores se protejam contra um potencial declínio em breve.

Mas o alinhamento entre ganhos e expectativas, juntamente com avaliações relativas mais baratas, sugere que os mercados emergentes voltarão a recuperar.

"Os dados indicam o início de uma rotação mais significativa de volta aos mercados emergentes por parte dos investidores atraídos pelos seus sólidos fundamentais", escreveu Evans.

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