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IMF – Inflação dos EUA levou o Eur/Usd para mínimos de 16 meses

Banco do México sobiu taxas pela 4ª vez consecutiva; Elevada inflação dos EUA levou o Eur/Usd para mínimos de 16 meses; Crude praticamente inalterado na última semana; Inflação norte-americana impulsionou preços do ouro

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| Banco do México sobiu taxas pela 4ª vez consecutiva

O Banco do México (ou como é conhecido, Banxico) foi ao encontro das expetativas dos analistas ao subir a sua taxa de juro diretora pela 4ª vez consecutiva, na reunião da semana passada. O incremento em questão foi de 25 pontos base e levou a taxa de referência para 5%, numa votação onde 4 membros votaram a favor e 1 contra. Esta decisão ocorre numa altura em que o México, à semelhança do que é verificado um pouco por todo o mundo, sofre com elevados preços no consumidor. Os dados mais recentes, referentes ao mês de outubro, mostraram que a inflação homóloga se fixou em 6,2% – mais do dobro da meta do Banxico de 3%. O Banco reiterou a perspetiva de que a elevada inflação será temporária, contudo, ofereceu uma indicação relevante ao indicar que desconhece de forma precisa o "quão temporária" será, levando os analistas a interpretar estes comentários como uma indicação de que poderá ser mais longa do que o inicialmente esperado. A economia mexicana enfrenta fortes desafios, tendo contraído 0,2% q/q no terceiro trimestre, o que acabou por dissuadir o Banxico de realizar uma subida mais agressiva da taxa de referência na reunião de quinta-feira.

A nível cambial, o peso mexicano teve uma primeira metade de 2021 bastante positiva face ao euro. O Eur/Mxn recuou para torno dos 23,5 pesos – nível não visto desde inícios de 2020 (pré-pandemia). No entanto, este nível acabou por oferecer um forte suporte e o par tem vindo a lateralizar acima deste desde o início do terceiro trimestre. O par ainda testou algumas vezes níveis acima dos 50% de retração de fibonacci (23,9 pesos) mas ainda não conseguiu materializar a subida de forma significativa. Como tal, os indicadores técnicos sugerem que a consolidação do par entre estes dois níveis deverá continuar no curto/médio prazo.

| Elevada inflação dos EUA levou Eur/Usd para mínimos de 16 meses

O grande destaque da última semana pertenceu à divulgação da inflação dos EUA, que registou a maior subida desde 1990. Os preços no consumidor subiram 0,9% em cadeia em outubro, para um nível homólogo de 6,2%. A inflação subjacente (excluindo as componentes mais voláteis) subiu 0,6% no mês e 4,2% face ao mesmo período de 2020. O tema dos preços elevados tem dominado as atenções dos mercados financeiros nos últimos meses e os mais recentes dados causaram ainda mais "discussões". Os analistas começam cada vez mais a questionar a transitoriedade da elevada inflação que tem vindo a ser professada por vários Bancos Centrais, temendo por um "aperto" mais acentuado das políticas monetárias e, em algumas geografias, subidas de taxas. Neste tema, dois membros do BCE revelaram na passada sexta-feira que os preços na Zona Euro poderão recuar de forma mais lenta do que o inicialmente esperado, como resultado dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento. O chefe do Banco Central finlandês, Olli Rehn e o lituano, Gediminas Simkus, ambos sugeriram que estas pressões inflacionistas poderão durar mais tempo, indicando que os estrangulamentos estão a revelar-se mais duradouros e que é pouco provável que o grupo dos 19 países que partilham o euro sinta um grande "alívio" até ao final de 2022. Ainda assim, mantêm a opinião de que a subida dos preços será temporária, pelo que adiaram as sugestões de um "aperto" da política. É de notar que em setembro o BCE projetou que a inflação regressará abaixo da meta de 2% em 2022, mas uma série de analistas privados para a Comissão Europeia já reconheceram que os preços só regressarão a estes níveis mais tarde.

A nível técnico, com as perdas das últimas semanas, o Eur/Usd intensificou a perspetiva bearish que vinha a apresentar, renovando mínimos de 16 meses à medida que se aproxima do suporte dos $1,14. Todos os indicadores técnicos sugerem que o par continue a recuar nas próximas semanas, à medida que transaciona dentro do canal de tendência descendente (vermelho tracejado).

| Crude praticamente inalterado na última semana

Pela terceira semana consecutiva, os preços do petróleo registaram uma variação semanal negativa, ainda que de forma ligeira. O principal destaque da semana pertenceu à subida da inflação norte-americana, que levou os investidores a aguardarem que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, intervenha no mercado petrolífero com a tentativa de controlar a subida dos preços. Destaque também para a OPEP, que alertou que os preços elevados da energia deverão significar uma menor procura do petróleo, estando a Organização a perspetivar que esta regresse aos níveis pré-pandémicos apenas em finais de 2022. Por último, os inventários de crude norte-americanos aumentaram em 1 milhão de barris na semana até 5 de novembro, bastante abaixo do aumento de 2,1 milhões de barris aguardado pelos analistas. Este aumento resultou, em parte, a uma libertação de 3,1 milhões de barris da Reserva Estratégica Petrolífera dos EUA, a maior desde julho de 2017.

Tecnicamente, o crude tem vindo a lateralizar entre os $80 e $85 por barril desde meados de outubro. A curto-prazo o ouro negro apresenta uma perspetiva "neutra" podendo vir a consolidar dentro deste intervalo nas próximas semanas, antes de uma eventual quebra em alta ao limite dos $85 no médio/longo prazo.

| Inflação norte-americana impulsionou preços do ouro

O ouro registou a segunda semana consecutiva de ganhos, valorizando perto de 2%. Os preços da matéria-prima foram impulsionados, sobretudo, pelo maior aumento em três décadas da inflação norte-americana no mês de outubro, que intensificaram a atratividade do ouro como ativo de refúgio e cobertura contra o aumento dos preços no consumidor. Contudo, a valorização do dólar norte-americano no final da semana, que também serve como ativo de refúgio, limitou ganhos mais expressivos do metal precioso.

Tecnicamente, com os ganhos das últimas semanas, o ouro inverteu a perspetiva bearish que vinha a apresentar desde inícios de setembro, ao quebrar a importante resistência dos $1835/onça. A matéria-prima aparenta estar a preparar um teste aos $1900 no curto/médio-prazo.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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