Notícia
IMF – Fed e BoE subiram taxas
O BoE voltou a subir taxas, mas parece incerto sobre o que fazer no futuro; A Fed subiu taxas e aponta para mais seis incrementos; O petróleo e o ouro recuaram
21 de Março de 2022 às 14:00
| Banco de Inglaterra subiu taxas, mas apresentou reticências sobre futuras subidas
O Banco de Inglaterra (BoE) foi ao encontro das expetativas do mercado, realizando mais uma subida de 25 pontos base à sua taxa de juro de referência, para 0,75%. A votação foi quase unânime, com 8 dos 9 membros do Comité a apoiarem a decisão. A instituição justificou a sua decisão com a necessidade de combater a inflação que se encontra em rápido crescimento. O BoE prevê agora que a inflação atinja o nível de 8% em abril, quase um ponto percentual acima do previsto no mês passado e o quadruplo da sua meta de 2%. Não obstante, apesar da já referida condicionante da inflação, os preços de bens energéticos também têm vindo a subir de forma muito acentuada, principalmente após a invasão da Rússia na Ucrânia, o que coloca elevada pressão nas famílias. Desta forma, o BoE adotou um tom mais suave sobre a necessidade de mais subidas de taxas nos próximos meses de forma a proteger os rendimentos dos seus cidadãos.
A nível técnico, o Eur/Gbp recuou até ao suporte das £0,8270, de onde acabou por ressaltar. Nos últimos dias o par tem lateralizado entre os £0,838 e £0,845. O MACD apresenta um sinal de compra, o que pode sinalizar uma quebra ao limite superior deste intervalo, o que abriria caminho para uma subida até à resistência das £0,8550 no curto-prazo.
| Fed subiu taxas, aponta para mais 6 incrementos este ano; BCE dividido sobre estímulos
A Reserva Federal foi ao encontro das expetativas dos analistas, iniciando um ciclo de "aperto" de política monetária ao realizar uma subida (a primeira desde 2018) de 25 pontos base à sua taxa de juro diretora, elevando-a para um intervalo de 0,25% a 0,50%. Para além disto, a instituição liderada por Jerome Powell projetou um plano agressivo de subidas futuras durante este ano, de forma a combater os riscos colocados pela elevada inflação. A reunião ficou marcada pela postura mais agressiva dos membros, sendo que a maioria prevê agora que a taxa de referência feche o ano de 2022 entre 1,75% a 2%, o que corresponde a um incremento de 25 pb em cada uma das restantes reuniões. Já para 2023, projetam que ascenderá para 2,8%. Na conferência de imprensa após a reunião, Powell deu a entender que estas subidas deverão impactar o crescimento económico, contudo, acredita que a inflação representa um risco maior para as famílias. Já em território europeu, destaque para os comentários da Presidente do BCE, Christine Lagarde, que sinalizou que a instituição não se encontra com pressa para subir taxas, relevando a disponibilidade da instituição para criar novas ferramentas para garantir que a política monetária atinja a totalidade da Zona Euro e caso os "spreads" comecem a alargar. Já o membro mais "conservador" do BCE, o holandês Klaas Knot, defende que o banco central deveria adotar uma postura mais ativa no que toca ao ciclo de aperto da política monetária, argumentando que as compras de obrigações deveriam terminar já em julho, abrindo a porta para subidas de taxas nas seguintes reuniões.
A nível técnico, com os ganhos recentes, o Eur/Usd apresenta uma perspetiva menos bearish para o curto-prazo. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que inverteu o sinal de venda, contribuem para esta mudança na perspetiva. É assim perspetivado que o par realize um teste ao nível dos $1,12 – 38,2% de retração de fibonacci.
| Negociações entre Ucrânia e Rússia pressionaram preços do petróleo
Os preços do petróleo voltaram a registar uma semana de perdas, recuando cerca de 4% e atingindo mínimos de 25 de fevereiro a meio da semana, cedendo já quase todos os ganhos desde o início da guerra. Inicialmente, o crude foi pressionado sobretudo pelas perspetivas de um avanço nas negociações entre Kiev e Moscovo, assim como o confinamento imposto pela China na província de Shenzen devido à pandemia da Covid-19, visto que a China é o maior importador de petróleo do mundo. Destaque também para a Líbia, que apelou à OPEP+ para acelerar a oferta de crude. Contudo, no final da semana as declarações do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que veio desmentir grandes progressos nas negociações com a Ucrânia, limitou perdas mais expressivas dos preços do barril de crude.
Tecnicamente, com as perdas das últimas duas semanas, o crude inverteu a perspetiva bullish que vinha a apresentar desde início de fevereiro. Os indicadores técnicos também apontam para uma perspetiva mais bearish, o que sugere que a matéria-prima poderá realizar um novo teste aos $100/barril no curto-prazo.
| Ouro recuou 2% semanalmente
O ouro voltou a recuar na última semana, desvalorizando cerca de 2% e atingindo mínimos de mais de 2 semanas. Inicialmente, os preços do matéria-prima foram pressionados sobretudo pelas negociações ligadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que deram algum otimismo aos mercados de maior risco. Contudo, a subida da taxa de juro diretora da Fed em 25 pontos base e um maior pessimismo face às negociações entre Kiev e Moscovo contribuiu para uma recuperação do ouro a meio da semana, limitando quedas mais expressivas.
À semelhança do crude, as perdas das últimas duas semanas contribuíram para uma mudança na perspetiva do ouro, apresentando agora uma tendência mais bearish. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD que inverteu o sinal de compra, também contribuiu para uma esta mudança na perspetiva. Deste modo, o ouro deverá recuar no curto-prazo, consolidando entre os $1900 e os $1950.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
O Banco de Inglaterra (BoE) foi ao encontro das expetativas do mercado, realizando mais uma subida de 25 pontos base à sua taxa de juro de referência, para 0,75%. A votação foi quase unânime, com 8 dos 9 membros do Comité a apoiarem a decisão. A instituição justificou a sua decisão com a necessidade de combater a inflação que se encontra em rápido crescimento. O BoE prevê agora que a inflação atinja o nível de 8% em abril, quase um ponto percentual acima do previsto no mês passado e o quadruplo da sua meta de 2%. Não obstante, apesar da já referida condicionante da inflação, os preços de bens energéticos também têm vindo a subir de forma muito acentuada, principalmente após a invasão da Rússia na Ucrânia, o que coloca elevada pressão nas famílias. Desta forma, o BoE adotou um tom mais suave sobre a necessidade de mais subidas de taxas nos próximos meses de forma a proteger os rendimentos dos seus cidadãos.
| Fed subiu taxas, aponta para mais 6 incrementos este ano; BCE dividido sobre estímulos
A Reserva Federal foi ao encontro das expetativas dos analistas, iniciando um ciclo de "aperto" de política monetária ao realizar uma subida (a primeira desde 2018) de 25 pontos base à sua taxa de juro diretora, elevando-a para um intervalo de 0,25% a 0,50%. Para além disto, a instituição liderada por Jerome Powell projetou um plano agressivo de subidas futuras durante este ano, de forma a combater os riscos colocados pela elevada inflação. A reunião ficou marcada pela postura mais agressiva dos membros, sendo que a maioria prevê agora que a taxa de referência feche o ano de 2022 entre 1,75% a 2%, o que corresponde a um incremento de 25 pb em cada uma das restantes reuniões. Já para 2023, projetam que ascenderá para 2,8%. Na conferência de imprensa após a reunião, Powell deu a entender que estas subidas deverão impactar o crescimento económico, contudo, acredita que a inflação representa um risco maior para as famílias. Já em território europeu, destaque para os comentários da Presidente do BCE, Christine Lagarde, que sinalizou que a instituição não se encontra com pressa para subir taxas, relevando a disponibilidade da instituição para criar novas ferramentas para garantir que a política monetária atinja a totalidade da Zona Euro e caso os "spreads" comecem a alargar. Já o membro mais "conservador" do BCE, o holandês Klaas Knot, defende que o banco central deveria adotar uma postura mais ativa no que toca ao ciclo de aperto da política monetária, argumentando que as compras de obrigações deveriam terminar já em julho, abrindo a porta para subidas de taxas nas seguintes reuniões.
A nível técnico, com os ganhos recentes, o Eur/Usd apresenta uma perspetiva menos bearish para o curto-prazo. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que inverteu o sinal de venda, contribuem para esta mudança na perspetiva. É assim perspetivado que o par realize um teste ao nível dos $1,12 – 38,2% de retração de fibonacci.
| Negociações entre Ucrânia e Rússia pressionaram preços do petróleo
Os preços do petróleo voltaram a registar uma semana de perdas, recuando cerca de 4% e atingindo mínimos de 25 de fevereiro a meio da semana, cedendo já quase todos os ganhos desde o início da guerra. Inicialmente, o crude foi pressionado sobretudo pelas perspetivas de um avanço nas negociações entre Kiev e Moscovo, assim como o confinamento imposto pela China na província de Shenzen devido à pandemia da Covid-19, visto que a China é o maior importador de petróleo do mundo. Destaque também para a Líbia, que apelou à OPEP+ para acelerar a oferta de crude. Contudo, no final da semana as declarações do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que veio desmentir grandes progressos nas negociações com a Ucrânia, limitou perdas mais expressivas dos preços do barril de crude.
Tecnicamente, com as perdas das últimas duas semanas, o crude inverteu a perspetiva bullish que vinha a apresentar desde início de fevereiro. Os indicadores técnicos também apontam para uma perspetiva mais bearish, o que sugere que a matéria-prima poderá realizar um novo teste aos $100/barril no curto-prazo.
| Ouro recuou 2% semanalmente
O ouro voltou a recuar na última semana, desvalorizando cerca de 2% e atingindo mínimos de mais de 2 semanas. Inicialmente, os preços do matéria-prima foram pressionados sobretudo pelas negociações ligadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que deram algum otimismo aos mercados de maior risco. Contudo, a subida da taxa de juro diretora da Fed em 25 pontos base e um maior pessimismo face às negociações entre Kiev e Moscovo contribuiu para uma recuperação do ouro a meio da semana, limitando quedas mais expressivas.
À semelhança do crude, as perdas das últimas duas semanas contribuíram para uma mudança na perspetiva do ouro, apresentando agora uma tendência mais bearish. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD que inverteu o sinal de compra, também contribuiu para uma esta mudança na perspetiva. Deste modo, o ouro deverá recuar no curto-prazo, consolidando entre os $1900 e os $1950.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.