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Vida Prática - A linguagem dos bancos

No relacionamento diário com os clientes, muitos bancos insistem em utilizar expressões, palavras ou abreviaturas demasiado técnicas para o entendimento do comum dos mortais. Nesta rubrica, explicamos-lhe o significado das mais correntes.

16 de Abril de 2004 às 14:05
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A linguagem dos bancos

No relacionamento diário com os clientes, muitos bancos insistem em utilizar expressões, palavras ou abreviaturas demasiado técnicas para o entendimento do comum dos mortais. Nesta rubrica, explicamos-lhe o significado das mais correntes.

 

ATM

Abreviatura da expressão Automatic Teller Machine, que em português significa «caixa automático» ou «multibanco».

É geralmente utilizada no texto das condições gerais dos cartões bancários, de débito ou crédito. Os caixas automáticos estão espalhados um pouco por todo o país e permitem a execução de um vasto conjunto de operações: levantamentos, depósitos, consultas de saldos ou movimentos, pagamento de serviços, etc.

 

BIC

Trata-se da abreviatura da expressão Bank Identifier Code, a qual pode ser traduzida para a língua de Camões como «código de identificação do banco». Este termo aparece associado às transferências internacionais, para dentro ou fora da zona do euro, e identifica o banco para onde é transferido o dinheiro.

 

Cash-advance

O mesmo que levantamento de dinheiro a crédito, com cartão de crédito, ao balcão de um banco ou em caixas automáticos. Esta operação pode ser realizada tanto em Portugal, como no estrangeiro, mas tem custos elevados.

 

Data-valor

Dia a partir do qual são contabilizados os juros de um determinado movimento bancário. Segundo a legislação em vigor, se hoje depositar, por exemplo, mil euros na sua conta à ordem, estes só começarão a render juros amanhã, o dia útil seguinte. Ou seja, a data-valor do depósito será amanhã.

 

Descoberto

Palavra que descreve uma situação em que o saldo da conta à ordem está a negativo, ou seja, quando utilizou mais dinheiro do que aquele de que dispunha.

A palavra «descoberto» pode vir acompanhada de outras duas: - «autorizado», quando o banco e o cliente acordam, mediante determinadas condições (como o pagamento de uma determinada taxa de juro) que a conta possa ter um saldo negativo; é comum em contas-ordenado; - «não autorizado», quando não existe acordo; nesse caso, o cliente arrisca-se a pagar taxas de juro muito elevadas (na ordem dos 20%) e eventuais juros de mora.

 

PIN

Vem do inglês Personal Identification Number e mais não é do que um código que permite ao portador de um cartão de débito ou crédito efectuar pagamentos de compras e / ou serviços ou levantamentos de dinheiro. Geralmente, este código é enviado para casa do cliente em sobrescrito fechado, poucos dias depois de este pedir um cartão.

 

Rendimento líquido disponível

Conceito utilizado nos processos de análise de créditos (ver, mais à frente, scoring), que corresponde à diferença entre os rendimentos mensais líquidos do agregado familiar e os encargos com créditos.

Por exemplo, se a família Carvalho receber dois mil euros líquidos por mês, pagar 250 para o carro e outros 500 para o empréstimo da casa, fica com um rendimento líquido disponível de 1250 euros. Para este cálculo não entram as despesas com as compras para a casa, a gasolina, o infantário, etc.

 

Scoring

Esta expressão pode ser traduzida para português como o «resultado de uma análise do risco» e é utilizada, sobretudo, em operações de crédito.

Isto é, antes de conceder o crédito ao cliente, o banco analisa e relaciona um conjunto de variáveis, como o seu rendimento mensal, as suas dívidas, encargos mensais, etc. É com base nisto que define o risco da operação e atribui uma determinada taxa de juro.

 

TPA

Abreviatura de Terminal de Pagamento Automático. Na prática, trata-se das máquinas existentes na maioria dos estabelecimentos comerciais, como as grandes superfícies, que permitem pagar as compras com o cartão de débito ou crédito.

 

Em português, S.F.F.!

Para muitos profissionais, a qualidade do seu serviço é proporcional ao número de termos técnicos que utilizam na mesma frase. E se tal não é grave quando conversam com colegas, o mesmo não pode dizer-se quando atendem o público.

De que serve ao cliente de uma instituição bancária saber que foi sujeito a um rateio ou «scoring»? De facto, quando se está no atendimento ao público ou se redigem documentos para o público, é importante ter consciência de que nem toda a gente é obrigada a conhecer termos ou expressões técnicas.

Este exemplo, de termos bancários, é apenas um entre muitos. Mas já por diversas vezes que tivemos oportunidade de apontar outros do género, por exemplo, nos contratos de seguros.

E a verdade é que, para não darem parte fraca ou passarem por ignorantes, muitos clientes «assinam de cruz». Caso se veja numa situação idêntica, não se deixe impressionar e desfaça todas as dúvidas antes de assinar.

Por outro lado, para que a relação com os clientes seja o mais transparente possível, é fundamental que os prestadores de serviços, como os bancos, as seguradoras e os serviços públicos em geral simplifiquem a sua linguagem ou que tenham o cuidado de esclarecer os consumidores.

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