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Tranque o período de pagamento

Isenção de anuidade e taxa de juro baixa são os critérios a ter em conta na escolha do cartão de crédito. O pagamento a 100% no período sem juros garante saúde à carteira

Tranque o período de pagamento
19 de Novembro de 2012 às 10:01
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Com os juros a subir e os rendimentos a descer, é cada vez mais importante controlar as dívidas e eliminar os pequenos roedores do orçamento familiar. O cartão de crédito pode ser um instrumento de gestão doméstica, se o consumidor conseguir saldar o total da conta no período sem juros. Porém, se adiar sistematicamente o pagamento das despesas, o cartão transforma-se num autêntico sorvedor de euros, pois o preço do crédito não para de crescer.

Os dados recolhidos pelo Banco de Portugal mostram que a taxa de juro média do crédito dos cartões subiu de 23,7%, no final de 2009, para 28%, no terceiro trimestre de 2012. Estas médias servem de base para o cálculo trimestral da taxa máxima admitida por aquela entidade neste tipo de créditos, fixada atualmente em 37,3 por cento.

Os cartões analisados cobram entre 13,1% (DECO PROTESTE-Unicre) e 32,5% (BIG), ou seja, nenhum ultrapassa o limite imposto pelo Banco de Portugal. Contudo, a subida contínua deste teto preocupa os consumidores, sobretudo na conjuntura de crise que atravessamos. Esperamos que a alteração da metodologia de cálculo, aparentemente prevista para o início do próximo ano, ponha água na fervura.

Usar o cartão pode ser fácil e rápido, mas, nalguns casos, fica mais caro do que outras formas de crédito ao consumo. Confira, no quadro ao lado, os custos reais de um empréstimo através do cartão e compare-os com as melhores taxas do crédito pessoal. Caso não encontre o seu cartão no quadro, pode obter toda a informação em www.deco.proteste.pt/dinheiro.

Sem juros é a melhor opção
Quanto mais elevadas são as taxas, maior a necessidade de saldar a dívida no período sem juros. Se pretende contratar um cartão, o melhor é escolher um isento de anuidade e assinalar a opção "pagamento a 100%" na proposta de adesão. Desta forma, devolve a totalidade dos gastos em 20 a 50 dias e não paga juros. Se, em qualquer altura, precisar de repartir uma despesa por várias frações, basta pedi-lo à instituição de crédito.

Caso não assinale nenhuma opção de pagamento, a entidade emissora pode definir o pagamento em parcelas (20, 50 ou 75%), o que implica acumular juros. Se já tem um cartão com pagamento repartido, pode alterar.





Em geral, os cartões da gama classic são mais baratos, mas alguns gold já isentam os titulares de encargos anuais. Em ambas as categorias, há produtos que libertam os titulares de anuidade se as despesas ultrapassarem determinados valores anuais: entre 1200 euros (Santander Totta Light) e 9 mil euros (Caixa Gold), para os cartões que apresentamos no quadro. A Caixa Geral de Depósitos e, nalguns casos, o Millennium BCP devolvem a primeira anuidade após a utilização inaugural (a CGD exige que esta ocorra até 45 dias após a subscrição). Antes de subscrever um cartão, compare o cardápio de serviços associados e verifique se devolve parte das despesas (cash-back). Dos cartões sem anuidade, o DECOPROTESTE-Unicre é o único fazê-lo: credita na conta do cartão 1% dos gastos, sempre que estes atinjam 500 euros em 6 meses. O Millennium bcp Amex devolve 5%, até 100 euros, mas só até final deste ano.

Se, na altura da subscrição, lhe propuserem o arredondamento para cima dos valores a pagar, com vista à criação de uma aplicação de poupança, pergunte qual a taxa anual líquida da aplicação e compare-a com as melhores taxas dos depósitos a prazo (ver barómetro).

O conceito de poupar pequenos montantes é interessante: por exemplo, se a conta a pagar for 104,10 euros e tiver fixado o arredondamento para a unidade superior (105 euros), transfere 90 cêntimos para a aplicação de poupança associada. Mas nem sempre a rentabilidade é vantajosa. Se tal suceder e o cartão lhe interessar, pode subscrevê-lo da mesma forma. Caso mude de ideias quanto aos arredondamentos, tem a possibilidade de ativar a conta poupança mais tarde.


Profilaxia antiabusos
Escolher um cartão de crédito pede o máximo de atenção aos pormenores, mas usá-lo exige cuidados redobrados contra perda, roubo ou fraude. Mantenha-o debaixo de olho durante a utilização (é possível cloná-lo para posterior uso abusivo). Se não o utiliza com frequência, confira regularmente a sua presença no local onde o guarda.

Conserve o seu código em segredo: por motivos óbvios, não convém divulgar os números mágicos a terceiros, nem arquivá-los junto ao cartão. Quando tiver de os digitar, certifique-se de que ninguém está a ver e só aceite reintroduzir o código se o terminal indicar que a tentativa anterior foi mal sucedida ou anulada.

Peça sempre comprovativos de pagamento e compare-os com os movimentos do extrato. Se detetar alguma anomalia, contacte de imediato a entidade emissora. Algumas destas têm programas informáticos que detetam movimentos anómalos no extrato. Por vezes, os responsáveis pelo serviço contactam o titular ou bloqueiam o cartão. Esclareça a situação o mais rapidamente possível.

As compras através da Internet são particularmente arriscadas. Seja prudente e recorra apenas a estabelecimentos credíveis. Um sítio seguro apresenta uma chave ou um cadeado no canto inferior direito do ecrã e o respetivo endereço começa por "https". Imprima e guarde uma confirmação da sua encomenda. Evite divulgar os dados do seu cartão por telefone ou correio eletrónico. Os pagamentos através do MBNet (www.mbnet. pt), que cria um cartão temporário com limite de crédito, são mais seguros.

Ignore mensagens de correio eletrónico pedindo-lhe para aceder a um link e introduzir os dados do cartão. Os "piratas" da rede usam estas estratégias para obter elementos confidenciais e retirar dinheiro das contas.

Evite subscrever vários cartões de crédito, mesmo que estes não tenham custos associados. Além de multiplicar o risco de fraude, terá acesso a um crédito mais amplo, ficando mais exposto ao sobreendividamento.

Caso o cartão desapareça ou seja utilizado de forma abusiva, informe de imediato o banco ou a Unicre. Para facilitar, registe o contacto destas entidades no telemóvel ou na agenda. Por lei, se houve gastos ilícitos anteriores à comunicação, o titular paga, no máximo, 150 euros, desde que não tenha tido um comportamento negligente.





Como usar o quadro

Anuidade Alguns bancos isentam os clientes de: anuidade a partir de determinado valor de transações anuais: € 1 200, no caso do Santander Totta Light e Millennium bcp Amex Blue; € 1 500 no BPN Classic; € 1 800 no BPI Campeões; € 2 300 para o BIG; € 3 000 no Best Gold; € 3 500 no BPN Gold; € 3 600 para o CGD Caixa IN; € 5 400 (ou património igual ou superior a 100 mil euros) no BPI Gold; € 6 000 no Montepio Premier, quando subscrito na Solução Montepio Valor; € 9 000 no CGD Caixa Gold; uma compra de valor igual ao l imite de crédito nos cartões Classic e Gold do Deutsche Bank. Os cartões do BES e do Banif não pagam anuidade se associados a determinadas contas dos bancos. A Caixa Geral de Depósitos e o Millennium bcp creditam a primeira anuidade no cartão após a utilização inaugural.

• Débito: O cartão pode ser usado para efetuar levantamentos e pagamentos com retirada imediata do dinheiro da conta à ordem.

• TAEG: Taxa anual de encargosefetiva global, em setembro, que reflete o custo real do crédito. Exemplo para uma compra de € 1500, exceto nos casos em que os limites do crédito não o permitem.
Nestes, usámos o valor mais próximo. Inclui imposto de selo e pressupõe o pagamento em 12 prestações mensais iguais. Em caso de incumprimento, a TAEG do Santander Totta Light passa para 23,9 por cento.







O estudo da dinheiro & Direitos
19 entidades emissoras em teste


Em julho de 2012, enviámos um questionário a 19 entidades emissoras de cartões de crédito.
O Banco Espírito Santo, o Banco Português de Negócios, a Caixa Geral de Depósitos e o Deutsche Bank não responderam, pelo que retirámos a informação dos respetivos sítios na Net. A Novagalicia Banco e a Caja Duero informaram-nos de que comercializam cartões da Unicre.

• Dos cartões que dependem da filiação a instituições, considerámos apenas o DECO PROTESTE - Unicre.


• Excluímos os cartões que só aceitam reembolso em prestações mensais fixas, os que exigem a domiciliação do ordenado e os exclusivos de certos grupos.



Escolha acertada
O cartão de crédito pode ter interesse se, por regra, conseguir pagar as despesas no prazo de 20 a 50 dias, período de crédito gratuito. Mas o mais cauteloso dos consumidores pode, um dia, ser obrigado a alargar o prazo. Por isso, os cartões que elegemos como Escolha Acertada, além de isenção de anuidade, apresentam duas das taxas de juro mais baixas.



DECO PROTESTE -Unicre
Anuidade isento
TAEG 13,1%
www.unicre.pt


ActivoBank Visa
Anuidade isento
TAEG 17,7%
www.activobank.pt



• Caso tenha a certeza de que nunca irá recorrer ao crédito, pode optar por qualquer cartão sem custos anuais.


• Se, pelo contrário, recorre ao crédito com frequência, escolha o cartão com a TAEG mais baixa. O DECOPROTESTE-Unicre (13,1%), exclusivo para associados da DECO, é imbatível neste ponto. Para quem não for associado, o Santander Totta Light (15,9%) é o menos penoso.



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