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Férias: Vale a pena fazer um seguro?

Nem sempre é necessário subscrever um seguro de viagem. Se tem cartão de crédito ou seguro automóvel, provavelmente já estará protegido. Se não tem, siga os conselhos da Deco Proteste e poupe até 147 euros.

12 de Julho de 2016 às 10:22
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Férias marcadas no estrangeiro, hotel reservado, malas quase prontas. Surge a dúvida: contratar um seguro de viagem, sim ou não? Olha para a pasta das papeladas. Tem seguro automóvel, cartão de crédito, seguro de vida associado à compra da casa e seguro de saúde. Lê os contratos. Todos incluem proteção em caso de idas para fora. E esta?

O seguro de viagem é um pacote de coberturas reunidas na mesma apólice, vendidas em conjunto, com uma duração igual à da deslocação. Mas a maioria dessas coberturas está prevista noutros produtos. A assistência a pessoas, por exemplo, garantida nestas apólices: é idêntica à cobertura de assistência em viagem proporcionada pelo seguro automóvel. Ambas podem ser ativadas em caso de acidente ou doença e incluem despesas médicas e transporte ou repatriamento de feridos ou doentes, entre outras garantias, como o regresso antecipado do segurado em caso de morte de um familiar. São coberturas válidas em todo o mundo e, sim, respondendo à pergunta que está a bailar na sua cabeça, a assistência em viagem pode ser acionada mesmo que viaje sem o carro.

Evite a duplicação de coberturas

Se contratar um seguro de viagem, vai ter cobertura de acidentes pessoais, que indemniza por morte ou invalidez permanente. Mas, se tiver um seguro de vida associado ao crédito à habitação, beneficia da mesma proteção. Neste caso, a seguradora paga a indemnização ao banco e a família fica com a dívida da casa saldada.
E, se tiver um seguro de saúde, as despesas médicas na sequência de um acidente fora de Portugal estão cobertas, desde que a estadia seja inferior a 60 dias. Mas avise a seguradora de que vai viajar, porque terá de pagar a conta do seu bolso e depois apresentar os comprovativos para ser reembolsado.

Alguns seguros de viagem incluem também responsabilidade civil, que garante as compensações a terceiros por danos causados pelo segurado e agregado familiar. Mas, se pagar a sua viagem com cartão de crédito, em muitos casos pode já estar protegido. Analisado o pacote de seguros associado a vários cartões, concluímos que alguns incluem a responsabilidade civil, com capitais entre os 5.000 e os 200 mil euros. A maioria inclui também os acidentes pessoais em viagem, com capitais para morte e invalidez permanente, em regra, entre os 100 mil e os 350 mil euros e despesas de tratamento entre 1.000 e 5.000 euros.

Por outro lado, se comprou as suas férias através de uma agência, é muito provável que tenha um seguro de viagem, porque a maioria dos pacotes já o inclui.

Resumindo: verifique os seguros de que é titular, os capitais e as coberturas e, dependendo do destino da sua viagem e da duração, pondere se estará suficientemente protegido. É possível que sim.

Outra coisa: vai para um país da Europa? Peça na Segurança Social o cartão europeu de seguro de doença, para ter acesso aos serviços públicos de saúde do país de destino.

Proteção por poucos euros

Não tem seguro automóvel ou este está no nome de outra pessoa, que não viaja consigo, não tem seguro de saúde, não comprou casa com recurso ao crédito, não viaja através de agência ou vai para um país exótico? Então, o melhor é contratar um seguro de viagem.

A Deco Proteste analisou 21 apólices, dividiu em pacotes simples e completos para possibilitar a comparação. Os primeiros incluem as coberturas de morte e invalidez permanente (considerou, como referência, um capital mínimo de 50 mil euros) e despesas de tratamento na sequência de um acidente durante a viagem. A estas coberturas, os pacotes mais completos acrescentam a responsabilidade civil, despesas de funeral, bagagem, uma diária em caso de internamento por incapacidade temporária e cancelamento de viagem.

No quadro em baixo, a Deco Proteste apresenta as três melhores apólices para cada um dos pacotes e, na página ao lado, as Escolhas Acertadas para um conjunto de cenários e dois níveis de proteção. Por apresentarem a melhor relação entre preço e coberturas, a Deco Proteste recomenda as apólices da OK! teleseguros e da Mútua dos Pescadores. As opções simples permitem poupanças até aos 48 euros, face à média do mercado. Nos pacotes completos, consegue poupar até 147 euros.

Os produtos da Fidelidade e da Generali são boas alternativas. Para o pacote simples, na Fidelidade, o "viajante solitário" gasta 38 euros, a família que vai à Turquia, 71 euros, o casal em viagem pela América, 63 euros e o grupo de três amigos à descoberta da Índia, 127 euros. Com o pacote completo, para os quatro cenários, os preços vão dos 56 aos 180 euros, no caso do plano Estrangeiro VIP, da Fidelidade, e dos 57 aos 261 euros, no Módulo 1, da Generali.

Se a sua saúde não tem preço...

As apólices da ERV Portugal, da Generali e da Tranquilidade, são as que oferecem capitais mais elevados para despesas médicas.

O seguro da ERV Portugal tem um limite de 30 mil euros para tratamentos na Europa e de 60 mil euros no resto do mundo. Este produto não é Escolha Acertada porque tem preços muito elevados face aos da concorrência. Na Generali, consoante o produto, os capitais variam entre 30 mil euros (Módulo 1, que a Deco Proteste considerou no seu estudo) e 50 mil euros. A Tranquilidade cobre despesas médicas até 25 mil e 50 mil euros, dependendo da modalidade.

Danos em bagagens sobrevalorizados

Apesar de apelativa, esta cobertura é muito limitada. Veja-se o rol de exclusões: roubo ou extravio de dinheiro, cartões, joias, óculos, telemóveis, máquinas fotográficas... Ou seja, muito do que pode ser mais valioso para si, verdade? Além disso, o seguro de viagem só paga danos em bagagens se estas estiverem à guarda da transportadora ou do hotel. Mas, se viajar de avião e perder as suas malas, ou se estas ficarem danificadas, será a companhia aérea a indemnizá-lo, num valor que pode chegar aos 1.220 euros.

A Fidelidade tem uma proteção adicional, mas, em caso de roubo, só pode ser acionada participando o furto à polícia em 24 horas. De fora ficam - adivinhou - óculos, dinheiro, cartões... e ainda os bens que não constem da lista indicada na proposta de seguro.

O que fica de fora

É extenso o cardápio do que não está coberto pelos seguros de viagem: de cataclismos da natureza a acidentes provocados pelo consumo de álcool e estupefacientes ou pela utilização de motas. Também desportos perigosos, hérnias, lombalgias e infeção pelo VIH estão de fora, tal como atos de terrorismo e danos de guerra. E a idade: a maioria das companhias não faz este seguro a maiores de 70 anos.

O Estudo da Deco proteste  9 seguradoras, 21 apólices  A Deco Proteste solicitou a 19 seguradoras as suas apólices de seguros de viagem e respetivos preços. Obteve resposta da Allianz, ERV Portugal, Fidelidade, Generali, Mútua dos Pescadores, OK! teleseguros, Mapfre e Ocidental. Recolheu informação da Tranquilidade no seu portal. No total a Deco Proteste analisou 21 apólices. A Açoreana, Caravela, Caixa Agrícola Seguros, Europe Assistance, Groupama, Lusitania, Victoria e Tranquilidade não responderam.

A Deco Proteste criou quatro cenários, variando o número de pessoas, o destino e a duração da viagem, e comparámos preços e coberturas. Para as Escolhas Acertadas, considerou as apólices com um capital mínimo de 50 mil euros para morte e invalidez que oferecem a melhor relação entre qualidade e preço.





Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

(Tabela corrigida a 20 de Outubro consoante solicitação da Deco)

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