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Cartão de crédito: Manual de utilização com nove dicas

Usado de forma ponderada, o cartão de crédito pode ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Mas é preciso saber escolher e utilizar, para evitar o endividamento excessivo.

17 de Maio de 2016 às 11:12
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Pagar e morrer, dizem, quanto mais tarde, melhor, e os cartões de crédito podem dar uma ajuda ao adágio, pois permitem comprar agora e deixar para saldar as contas depois. Mas também reza outra máxima que não existem almoços grátis, pelo que todas as cautelas são poucas na seleção e na utilização deste instrumento que até pode ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Os riscos são vários. Desde logo, o consumidor pode escolher um cartão com taxas de juro elevadas e, em caso de não pagar as despesas a 100%, ficar sujeito a encargos acrescidos. Em situações extremas, pode inclusive ser atingido pelo sobre-endividamento.
A segurança também causa preocupações. A clonagem e o roubo de dados, sobretudo na Internet, são perigos reais. Não acontecem só aos outros. Confira o nosso guia em nove passos, para lidar com os cartões de crédito na medida certa.

Cuidado com os juros

Estes cartões concedem financiamento gratuito durante um período que varia entre 20 e 50 dias, desde que as despesas sejam pagas a 100 por cento. Ao optar por saldar as contas de forma faseada, fica sujeito a juros sobre a dívida. As taxas máximas são limitadas pelo Banco de Portugal. Embora estejam a descer, ainda se mostram elevadas quando comparadas com as praticadas no âmbito de outros tipos de financiamento, como o crédito pessoal ou o descoberto autorizado das contas à ordem. Para o segundo semestre de 2016, o limite está nos 18,1 por cento.
Como os juros são elevados, se não conseguir pagar toda a dívida, tente saldar o máximo possível e procure guardar o resto para o mês seguinte. Senão, aquela "pechincha" que comprou na Net arrisca-se a ficar muito cara. Os juros elevados podem ainda levar a situações de sobre-endividamento. As dívidas relativas a estes cartões representam metade das situações de incumprimento associadas ao crédito.

Prefira cartões sem anuidade

Se pagar sempre as despesas a 100%, o principal critério de escolha é o valor da anuidade, que, de preferência, deve ser gratuita. É ainda interessante a existência de cash-back, que consiste na devolução na conta-cartão de uma percentagem do valor das despesas. Não se esqueça de que, se houver anuidade, esta acabará por ser um peso, mesmo que pague sempre as dívidas na totalidade.

Opte pela taxa mais baixa

Se tenciona utilizar o cartão para saldar montantes mais avultados de forma faseada, terá de pagar juros. Neste caso, o critério de escolha deverá ser, não o valor da taxa anual nominal (TAN), mas o da taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), que reflete o real custo do crédito, incluindo anuidades e impostos. Opte pela TAEG mais baixa. O nosso simulador, em www.deco.proteste.pt/cartoes-credito, dá uma ajuda.

Programas de fidelização, mas não muito

Um número significativo de cartões inclui programas de descontos ou fidelização. Geralmente, a utilização do cartão dá direito à acumulação de pontos, que podem ser trocados por descontos em empresas associadas.

Mas não se deixe deslumbrar. Verifique se as vantagens proporcionadas são realmente interessantes e se os descontos justificam as eventuais anuidades que terá de suportar. Imagine que, ao utilizar certo cartão, obtém um desconto de 20 euros num produto que lhe interessa, mas que, para tal, fica sujeito a uma anuidade de 50 euros. Fazendo as contas, e considerando hipotéticos juros caso não pague a dívida a 100%, talvez não esteja a fazer um bom negócio...

Atenção aos levantamentos no Multibanco

Todos os cartões de crédito podem ser utilizados no Multibanco, para realizar operações normais, como pagar serviços ou levantar dinheiro. Mas, se não possuírem a chamada função Multibanco, qualquer destas operações implica a movimentação da conta-cartão, ou seja, a utilização do crédito associado e não dos montantes disponíveis na conta à ordem. Assim, estará a utilizar o crédito mesmo que não o queira e ficará sujeito a comissões. Por exemplo, se levantar dinheiro, tem de pagar uma taxa, designada por cash advance, habitualmente composta por um montante fixo somado a uma percentagem do valor retirado, que ronda os 4 por cento. Verifique junto do emissor se o cartão inclui a função Multibanco.

Não descure a segurança

Nunca é demais recordar alguns procedimentos de segurança básicos, como não guardar o código junto do cartão, rejeitar o uso em terminais de pagamento que não pareçam fidedignos e manter o cartão debaixo de vista quando fizer uma transação. Ao seguir estes cuidados, evita que a informação na banda magnética ou no chip seja clonada, isto é, que alguém possa copiar o cartão ou até utilizar a informação pessoal, para efetuar transações abusivas.


7,8
Milhões
Número aproximado de cartões de crédito emitidos em Portugal em 2014.


Cuidado redobrado na Internet

Apesar de muito úteis para fazer pagamentos na Internet, é precisamente aqui que moram os maiores perigos de fraude envolvendo cartões de crédito. Os piratas informáticos têm especial preferência por informações pessoais e dados deste tipo de cartões. Por isso, os cuidados devem ser redobrados.

Antes de efetuar um pagamento, assegure-se de que está a utilizar uma ligação segura: confirme se o endereço começa com https:\\ e se surge o símbolo de um cadeado junto do mesmo. Evite ainda as redes sem fios públicas. E, nos terminais de pagamento automático, não introduza o código pessoal mais do que uma vez, exceto se surgir uma mensagem de que a primeira tentativa foi anulada ou mal sucedida. Considere outras formas de pagamento mais seguras, como o MBNet ou o Verified by Visa.

Seja rápido em caso de problema

Se verificar que foi alvo de fraude, aja de imediato. Para tal, mantenha à mão os contactos do emissor e/ou da entidade gestora do cartão. A partir desse momento, deixa de ter responsabilidades sobre eventuais utilizações fraudulentas. Caso já tenha ocorrido uma transação indevida, a lei prevê que a responsabilidade do titular do cartão seja limitada a 150 euros. Alguns cartões incluem um seguro contra utilizações abusivas.

Confira os extratos

Outra forma de detetar fraudes é conferir os extratos mensais. Assim, além de controlar os seus gastos, pode detetar qualquer eventual operação não autorizada, que deve comunicar de imediato ao emissor. Também pode consultar os movimentos do cartão pela Internet, no portal do banco. 


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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