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União Europeia sem controlos fronteiriços para Mpox

A Suécia é o único país europeu em que foi detetado um caso importado de mpox clade 1, a variante mais perigosa da doença.

19 de Agosto de 2024 às 19:31
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O baixo risco de disseminação das duas variantes conhecidas de mpox na União Europeia desaconselha a imposição de controlos fronteiriços ou a vacinação generalizada, anunciou esta segunda-feira o Comité de Segurança da Saúde (CSS) dos 27. 

O fórum de CSS – que integra representantes das autoridades sanitárias da EU, além de países candidatos e potenciais candidatos na qualidade de observadores – anunciou ter chegado a esta recomendação na sequência de troca de informação com a Agência Europeia do Medicamento, a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana. 

É, no entanto, recomendável a vacinação de pessoas pertencentes a grupos de risco, definidos como parceiros sexuais e coabitantes de infetados além de cuidadores e profissionais de saúde sem equipamentos de proteção adequados. 

A Suécia é o único país europeu em que foi detetado um caso importado de mpox clade 1, a variante mais perigosa da doença identificada, em novembro de 2023, na República Democrática do Congo, cuja disseminação em 13 países africanos levou a OMS à declaração, a 14 de Agosto, de Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional.   

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, sediado em Estocolmo, considerara, por sua vez, na sexta-feira, que os casos de mpox clade 1 importado representam um risco moderado, mas implicam risco alto para viajantes nas zonas mais atingidas em África. 

No Congo foram diagnosticados 15 664 casos que causaram 548 mortes desde janeiro deste ano, atingindo maioritariamente menores de 15 anos que representam 56% das infeções e 79 % dos óbitos. 

A esmagadora maioria das mortes, 96%, ocorreu no Congo onde a doença – detetada pela primeira vez em 1958 em macacos de laboratório e identificada em seres humanos desde 1970 – é endémica. 

A taxa de mortalidade da variante clade 1 desta zoonoese – doença transmissível entre animais e seres humanos, neste caso mamíferos terrestres e pessoas – varia entre 1% e 10%. 

A contaminação faz-se por contacto físico próximo com pessoas doentes ou objetos e vestuário utilizados por indivíduos infetados em ambas as variantes da anteriormente denominada varíola dos macacos.  

Uma epidemia atingindo cerca de 100 mil pessoas da variante menos perigosa de mpox – a clade 2 – levou a OMS a declarar um alerta de emergência internacional no final de Julho de 2022 que se prolongou até Maio de 2023. 

Existem quatro vacinas, concebidas para a varíola licenciadas na Europa, Rússia, Estados Unidos, Canadá e Japão, com preços rondando €100,?mas utilizáveis para prevenção de mpox. 

A empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, com vacinas licenciadas na Europa, Estados Unidos e Canadá, tem o maior stock imediatamente disponível com 300 000 vacinas. 

A empresa forneceu na semana passada à Autoridade para Resposta Sanitária de Emergência da União Europeia 175 420 doses da vacina MVA-BN® para entrega à 
agência de saúde pública da União Africana, doando ainda 40?000 unidades a esta entidade sediada em Addis Ababa. 

A Bavarian Nordic solicitou, entretanto, à Agência Europeia de Medicamentos autorização para a administração em adolescentes dos 12 aos 17 anos das vacinas que produz contra a mpox e varíola. 

A eventual autorização da agência sediada em Amesterdão permitirá a vacinação deste grupo etário no próximo trimestre. 

A Bavarian Nordic prepara-se para levar a cabo, também no final deste ano, testes no Congo e no Uganda sobre a eficácia da vacina em crianças entre os 2 e 12 anos, apesar da guerra no Leste do Congo, tal como a guerra civil no Sudão, impossibilitar ou dificultar campanhas 
de vacinação eficazes. 

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