Notícia
Só 30% dos hotéis espanhóis estão abertos em agosto
De Benidorm a Maiorca, a ocupação das unidades hoteleiras reflete a falta de turistas devido às restrições da pandemia. No final do verão, o setor do turismo pode perder 1,6 milhões de empregos no país vizinho.
De um total de 16 mil unidades hoteleiras registadas em Espanha, apenas cerca de 4.500 a 5.000 estarão de portas abertas em agosto, segundo cálculos divulgados pela principal associação empresarial do setor do turismo no país vizinho.
Numa entrevista à rádio pública espanhola (RNE), o presidente da designada Mesa de Turismo, Juan Molas, diz que a média da ocupação ronda os 35% - "no melhor dos casos só chega a 45%" - e que os clientes nacionais "não chegam para salvar a época turística".
Tal como acontece em Portugal, os principais motivos para a ausência de turistas neste verão – Espanha recebeu 84 milhões em 2019 – são a classificação de risco e as barreiras (como as quarentenas que põem em risco 197,5 milhões de empregos na Europa) colocadas por alguns dos principais países emissores, como Reino Unido, Alemanha, Holanda ou Bélgica.
Falando na "pior temporada da história, sem dúvida alguma", Juan Molas calcula que, desde a terceira semana de março, as perdas semanais ascendem a 5.000 milhões de euros. Os operadores do setor devem "chegar a uma situação limite" no final de setembro, arrisca o porta-voz, com uma perda de 1,6 milhões de empregos no setor turístico.
O turismo está a emperrar a retoma económica nos países do sul da Europa. Portugal, Espanha, Itália e França foram os países da Zona Euro com maiores quebras no PIB no 2.º trimestre e os dados indicam que o forte peso do turismo penaliza estas economias e tornará a retoma mais lenta.