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Leilão do icónico e centenário Café Relógio não foi além dos 1,7 milhões

O emblemático estabelecimento, inaugurado em 1896 na vila madeirense da Camacha, que inclui uma estalagem com 24 quartos, dois restaurantes, um bar, museu e fábrica de vime, tinha falido em 2020 com dívidas de 2,5 milhões de euros.

17 de Outubro de 2023 às 18:03
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O café ainda ostenta no cimo da torre o relógio que lhe dá o nome. Foi trazido da igreja paroquial de Wollton, perto de Liverpool, pelo inglês Michael C. Grabham, dono da Quinta da Camacha, e bateu horas pela primeira vez a 6 de abril de 1896.

 

Desde então que o Café Relógio se tornou ponto de paragem para turistas e locais.

Assumiu-se como uma das maiores atracções da vila madeirense da Camacha, tanto mais que acolhia uma fábrica de vime, tendo ganhado o estatuto de referência incontornável de tão importante indústria da região, acreditando-se que este ofício tenha aqui chegado pelas mãos dos britânicos.

 

O Café Relógio chegou mesmo a ter um elevado protagonismo no âmbito da promoção turística da Madeira, tendo há cinco anos avançado mesmo com a apresentação de um ambicioso projeto de modernização, com a criação de um Museu do Vime, uma casa de chá, um hotel e um centro de inovação, num investimento que estava orçado em cerca de três milhões de euros.

 

Mas eis que, com a chegada da pandemia de covid-19, o Café Relógio começa a entrar em colapso, com salários em atraso aos seus 40 funcionários.

 

Entrou em insolvência em agosto de 2020, com dívidas de 2,5 milhões de euros aos credores, e fechou no final desse ano.

 

Em sede de liquidação da empresa Silva & Freitas, Lda, a dona do Café Relógio, que era gerida por José Manuel Correia Manuel e Orlando Correia, o emblemático estabelecimento foi colocado à venda em leilão electrónico por um valor base de 2,4 milhões de euros, com o valor de abertura fixado em 1,6 milhões.

 

O edifício, que conta com uma área total que ultrapassa os três mil metros quadrados, distribuídos por sete pisos, é ainda composto por uma estalagem com 24 quartos, dois restaurantes, um museu, uma fábrica de vime.

 

Leiloado num único lote, acresce o recheio, que inclui uma vasta palete de equipamentos de hotelaria e restauração, de escritório e material informático, assim como mobiliário, stock de diversos artigos regionais e artesanais, e dois veículos.

 

Esta terça-feira, 17 de outubro, na contagem decrescente para as 18, hora de fecho do leilão, que decorreu na plataforma da leiloeira Leilosoc, o quadro de licitações ainda se mexeu uma outra vez, mas fixou-se em apenas 1,65 milhões de euros.

 

Ora, segundo as regras do leilão, caso o valor base não seja atingido, cabe à leiloeira decidir sobre a sua aceitação ou não, de acordo com a decisão do administrador da insolvência.

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