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Custos do Pestana com energia vão disparar em 80% a partir de junho

Apesar do aumento da despesa, sobretudo com o gás, o grupo Pestana afasta, para já, a subida das tarifas por causa do aumento dos custos. Com todos os hotéis reabertos o Pestana precisa de recrutar mil funcionários para o verão, dos quais já foram contratados 480 trabalhadores.

Miguel Baltazar
18 de Maio de 2022 às 17:13
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A partir de junho, os custos do Pestana com a energia, sobretudo com o gás, vão disparar entre 70% a 80%, revelou o CEO do maior grupo hoteleiro em Portugal.


Isto porque, o grupo tem em vigor "um contrato de energia, que termina em junho, com preço fixo. Quando o contrato terminar o aumento vai ser substancial e pode chegar aos 80%", revelou José Theotónio.


Este aumento acentuado resulta da subida de preços da energia, depois do início da guerra na Ucrânia. Mas para já, o gestor afasta o cenário do aumento das tarifas cobradas nos hotéis como reflexo deste aumento de custos. "Estamos a conseguir acomodar a subida destes custos" na "flutuação regular dos preços" praticados pelo Pestana, disse José Theotónio. 


Outro dos impactos que a guerra está a provocar no Pestana passa pela quebra do fornecimento de alimentos tendo já havido uma rotura em alguns produtos, como o óleo vegetal, contou ainda José Theotónio.


Mas apesar das "nuvens negras" -  guerra e a pandemia - que ainda pairam sobre a hotelaria, o gestor está otimista com os resultados de 2022, tendo previsto um aumento face a 2021 e que se vão fixar entre "os 85% a 90% dos níveis de 2019", que foi "o melhor ano de sempre" para o grupo e para o Turismo.


As reservas ‘last minute’ estão "a responder muito bem" e abril "foi o primeiro mês que ficámos acima de 2019, acima do esperado, e que percebemos que a retoma chegou", disse ainda o CEO do Pestana. "Maio vai ser muito bom e as expectativas para o verão são muito boas", continuou José Theotónio


Em 2021, o grupo passou de prejuízos para os 23 milhões de euros de lucros, com um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2021 ascendeu a 92,2 milhões de euros, quase o triplo do valor de 2020, que foi de 33,7 milhões de euros.


Quanto a novos hotéis, as unidades hoteleiras previstas para este ano já foram abertas, o Pestana Douro e o Pestana CR7 Marraquexe. No final do ano pode ainda abrir um dos dois hotéis que estão em construção em Lisboa, nas Portas do Sol (Alfama), mas caso aconteça será só no fim de 2022.


Os restantes hotéis em construção ou projeto não serão para abrir este ano. É o caso do hotel em construção na Rua Augusta, em Lisboa, os dois hotéis nas ilhas de Porto Santo e Madeira (na Praia Formosa, no Funchal) e um hotel da marca Pestana CR7 em Paris, na gare de Austerlitz, que aguarda aprovação de projeto.


Está ainda um hotel em construção nos Estados Unidos, em Newark, mas que é um investimento de uma família luso-americana (família Seabra) e ao Pestana caberá a gestão.


Há ainda nove hotéis cuja construção foi acabando as obras "sem pressa" durante o período de pandemia, e que implicaram um investimento global de 112 milhões de euros em quatro anos. Com o fim das restrições da pandemia, estas unidades hoteleiras já abriram portas, sendo elas, o Pestana Vintage em Lisboa (na rua Braamcamp), o Pestana Douro e a Pousada do Porto na Rua das Flores, a Pousada de Vila Real de Santo António, no Algarve, o Fisherman em Câmara de Lobos (Madeira), além dos hotéis da marca CR7 em Madrid, Nova Iorque, Marraquexe e Tanger.

 

Mil trabalhadores para o verão


Com todos os hotéis a funcionar este ano, para o verão o grupo precisa de um reforço de mil funcionários, dos quais já foram recrutados 480 trabalhadores.


Os trabalhadores do grupo Pestana são quase todos (90%) portugueses, disse o gestor, referindo que os acordos de facilitação de trabalhadores para a hotelaria originários de países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Índia ou Nepal foram falados, mas "até hoje não chegaram ao terreno".


Sobre a falta de recursos humanos no Turismo e do risco de haver hotéis que têm de fechar por falta de pessoal, o gestor disse assumiu essa possibilidade, dando como exemplo a Pousada de Estremoz esteve fechada até início deste ano por falta de funcionários.
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