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Com sete vezes mais visitantes que habitantes, Islândia tenta aumentar tolerância ao turismo
O pequeno país localizado no Atlântico Norte deverá receber este ano 2,3 milhões de visitantes, quase sete vezes a sua população. E o governo está a estudar medidas para tornar a experiência mais agradável para os locais, escreve a Bloomberg.
A Islândia é um destino turístico cada vez mais procurado e, este ano, a pequena ilha localizada no Atlântico Norte, já bem perto do Círculo Polar Árctico, deverá receber 2,3 milhões de visitantes, o que equivale a quase sete vezes a sua população de 347 mil pessoas. Com o turismo a assumir-se como a segunda principal actividade da economia islandesa, o governo islandês está a estudar formas de tornar a experiência mais agradável para quem já lá vive, de acordo com a Bloomberg.
Tal como em Portugal, o aumento do turismo coloca questões delicadas. Por um lado, as estadias nos hotéis (que superaram 7,8 milhões em 2016) são essenciais para o sector, bem como para todas as restantes actividades relacionadas com o turismo. Por outro lado, os habitantes locais começam a sentir os preços a encarecer e as casas a escassear - existe "um surto nos arrendamentos de curto prazo", avisou o banco central islandês.
E com o turismo a valer 8,4% do PIB no ano passado (estava abaixo dos 7% em 2015), o banco central mostra-se preocupado com a sustentabilidade deste crescimento.
Por isso, prossegue a Bloomberg, o recém-eleito executivo de bloco central quer tomar medidas para melhorar a experiência (ou para limitar as entradas). "Temos de olhar para isto para ver o que conseguimos fazer para aumentar a tolerância. Em alguns casos pode ser uma questão de reforçar as infraestruturas, noutros casos pode ser uma questão de encaminhar as pessoas para determinadas áreas", descreveu à Bloomberg Thordis Gylfadottir, ministro islandês do turismo.
Mais taxas e mais investimento externo
O governo anterior – que já contava com Thordis Gylfadottir como ministro do turismo – chegou a propor uma subida do IVA, mas a ideia foi posta de lado após as críticas do sector. Não deverá ser esse o caminho, porque as empresas já têm de pagar "salários mais altos" e enfrentar uma "coroa mais forte", nota o ministro.
Uma medida que pode ser implementada é uma taxa especial (chamada de "passe natureza" pelo anterior executivo) cujas receitas seriam encaminhadas para a preservação dos recursos naturais da ilha. "Isso ainda tem de ser estudado e desenvolvido", diz o ministro.
Ao mesmo tempo, agora que os controlos de capital foram totalmente removidos, o governo diz-se disponível para captar investimento estrangeiro – por exemplo, 75% do capital da maior cadeia de hotéis, do país, a KEA, já está nas mãos de dois fundos de investimento do Alasca.