"Esta mania que existe de quando um setor está bem começar a taxá-lo não é o melhor". Foi assim que o presidente executivo do Pestana reagiu ao anúncio do aumento de 2 para 4 euros da taxa turística em Lisboa. "Sou contra toda a taxa turística, seja de que valor for. As empresas já pagam impostos", reforçou José Theotónio, durante a apresentação dos resultados.

O responsável deixou ainda o aviso que hoje em dia "fazer hotelaria sem pensar em imigrantes é totalmente impossível". Por isso, apela que sejam criadas condições para acolher quem chega ao país, nomeadamente ao nível da habitação.

José Theotónio revelou que este ano estão a ter menos dificuldade em encontrar trabalhadores, incluindo para a época alta. Mas muito devido a oferecerem alojamento. E pede que haja também políticas públicas direcionadas para este problema. "É preciso criar condições para poder acolher as pessoas. Há um trabalho em diferentes áreas que tem de ser feito", acrescentou.

O CEO do grupo recusa falar em excesso de turistas. Segundo o responsável, "temos é uma concentração muito grande em poucas áreas turísticas".

Tal como tem sido tendência no setor,  o mercado norte-americano foi o que mais cresceu ao longo do ano passado nos hotéis do grupo que não sentiu uma quebra de hóspedes portugueses "nas alturas de férias". "Há uma retração é durante o ano, nas chamadas escapadinhas", o que na opinião do gestor está relacionado com a redução do poder das famílias portuguesas.  "Em 2022 ainda tinham algumas poupanças, em 2023 já não", referiu.