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Agora sim, foi batido o recorde de ocupação no turismo

2015 foi o ano em que a ocupação das camas e o rendimento por quarto bateram, de facto, recorde. Depois de alguma polémica entre o Governo e o sector em 2014, os dados do INE mostram que se registou um máximo histórico no ano passado.

Bruno Simão
16 de Fevereiro de 2016 às 17:20
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Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa líquida de ocupação de camas nos estabelecimentos hoteleiros portugueses foi de 46,1% em 2015, o que representa um crescimento face aos 42,4% de 2014. Trata-se do valor mais elevado desde que o INE tem dados (2002). O anterior máximo tinha sido observado em 2007 (43%), tendo depois desacelerado um pouco nos anos seguintes. Em 2014, o indicador deu um salto significativo, passando de 39,7% para 42,4%. Este ano, bateu o recorde.

 

No que diz respeito ao RevPAR (rendimento médio por quarto disponível), há também um recorde. O valor mais elevado também recuava a 2007, com 31,6 euros. Em 2014, a indústria já tinha ficado muito perto desse valor (31,5 euros), mas este ano distanciou-se consideravelmente, com cada quarto a render, em média, 37,8 euros.


De referir que estes valores apresentam várias quebras de série e dizem respeito a todo o tipo de estabelecimentos hoteleiros (hotéis, motéis, pensões, pousadas, etc...).

 

Recorde-se que estes valores estiveram rodeados de alguma polémica no ano passado. Depois de o Governo de Passos Coelho ter dito que foram batidos todos os recordes do turismo em 2014, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) decidiu esclarecer que a ocupação e o rendimento por quarto ainda não tinham atingido os máximos de 2007, aconselhando ao Executivo de então "mais calma" a olhar para os números.

 

"Não se atingiu ainda a taxa de ocupação e o RevPar (rendimento médio por quarto) de 2007, há que ter calma nas apresentações que fazemos", afirmou na altura Luís Veiga, presidente da AHP.

 

Estrangeiros impulsionam o turismo

 

Os dados publicados esta terça-feira, 16 de Fevereiro, pelo INE mostram também que as dormidas de portugueses na hotelaria nacional atingiram os 14,5 milhões ao longo do ano passado (variação homóloga de 5,3%), com o grupo de não residentes a crescer 7,3% para os 34,4 milhões. No total, foram recebidos 17,4 milhões de hóspedes, o que representa um reforço de 8,6% face a 2014. Um aumento substancial, mas que fica aquém da variação do ano anterior (11,7% em 2014).

 

As dormidas também desaceleraram em 2015. Depois de terem crescido 10,4%, avançaram "apenas" 6,7%, essencialmente devido ao abrandamento das dormidas de turistas portugueses (12,8% vs. 5,3%). As dormidas de estrangeiros também desaceleraram, mas muito menos (9,3% vs. 7,3%).

 

Se olharmos para os mercados externos, verificamos que existe um arrefecimento substancial dos turistas espanhóis, cujas dormidas tinham aumentado 14,6% em 2014 e em 2015 avançaram 3,2%. As noites passadas por turistas franceses em Portugal também cresceram menos (16,9% vs. 11,4%). Em sentido contrário, as dormidas de residentes na Alemanha em hotéis portugueses aceleraram de 6,9% para 10,7%.

 

Os doze principais mercados de origem de turistas representam 82% das dormidas de não residentes. 


Se quiser conhecer mais sobre os números do turismo em Portugal, veja a infografia feita pelo Negócios em Julho do ano passado. 

 

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