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Transportes: ANTP faz ultimato ao Governo para que aceite 90% das reivindicações
A Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) deu um prazo até 15 de Junho ao Governo para que responda favoravelmente a “90% das reivindicações” apresentadas pela associação, admitindo que, a partir dessa data, surjam novos protestos dos seus associados.
A Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) deu um prazo até 15 de Junho ao Governo para que responda favoravelmente a "90% das reivindicações" apresentadas pela associação, indicou esta terça-feira ao Negócios o presidente da ANTP, Márcio Lopes.
No rescaldo da reunião de segunda-feira com o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, o presidente da ANTP reconhece que "é muito reduzida a proximidade de posições" entre a associação e o Governo.
Márcio Lopes referiu que a ANTP reapresentou o caderno reivindicativo e que o Governo prometeu "trabalhar rapidamente sobre as propostas apresentadas". A associação exige uma resposta positiva a "90% das reivindicações" até 15 de Junho, caso contrário os seus associados poderão encetar diversas formas de protesto.
Na noite de segunda-feira, o presidente da ANTP disse ao Correio da Manhã que a associação exigiu uma "redução de cinco a seis cêntimos por litro em combustível para todos os veículos, tanto ligeiros como pesados". Márcio Lopes admitiu que "a medida é radical e vai mais longe do que o que tem estado em cima da mesa".
O secretário de Estado das Infraestruturas recebe esta tarde de terça-feira a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), a maior associação do sector, tentando alcançar um acordo.
Na segunda-feira, o governante tinha anunciado haver um acordo de princípio com a ANTRAM, revelando mesmo algumas medidas que estariam contempladas. Contudo, o presidente da ANTRAM, Gustavo Paulo Duarte, em declarações ao Negócios, negou a existência de qualquer "princípio de acordo", salientando que a ANTRAM apenas concordou em dialogar com o Executivo. O dirigente da associação disse, aliás, que as duas medidas referidas pelo governante – subida do limiar do gasóleo profissional e criação de uma linha de crédito – não mereciam a concordância da ANTRAM, a primeira por ser "manifestamente curta" e a segunda por não ser uma matéria relevante para o sector.