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Camiões com desconto até 30% nas portagens das antigas SCUT
O Governo vai avançar mesmo com a redução das portagens nas auto-estradas do Interior e do Algarve, escreve o JN. Os empresários dessas regiões querem alargar a medida aos veículos ligeiros de mercadorias.
Os camiões que circulam nas antigas SCUT do Interior e do Algarve devem passar a pagar até menos 30% nas portagens. De acordo com o JN, que avança a notícia, esta é uma das medidas que estão a ser preparadas pelo Governo no âmbito de um pacote para beneficiar estas regiões, do qual fará parte a já anunciada redução do IRC.
As estradas abrangidas serão a A22, A23, A24, A25 e a A4. No entanto, o mesmo jornal escreve que a proposta não satisfaz por completo as empresas localizadas nestas zonas, por estar circunscrita a camiões. É que, argumentam as associações empresariais, a maioria dos veículos que têm a circular nas estradas são ligeiros de mercadorias.
Em Janeiro, o ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, já tinha admitido que o Governo estava a avaliar uma redução de portagens "no sentido de contribuir para a competitividade da actividade económica no Interior", procurando incentivar o investimento, a criação de emprego e a retenção e atracção de populações.
No ano passado, os pagamentos efectuados pela Infraestruturas de Portugal (IP) relativos às concessões e subconcessões rodoviárias totalizaram 1.177,4 milhões de euros. A maior fatia continua a respeitar às concessões, designadamente às antigas Scut. Os encargos com estas vias ascenderam a 672,8 milhões de euros, sendo que Beira Interior e Beira Litoral e Alta foram as que representaram um maior encargo para a IP.
Ainda no âmbito dos transportes, esta segunda-feira, 4 de Junho, haverá um novo encontro entre o Governo e as duas principais associações nacionais de profissionais do sector (ANTRAM e ANTP) para tentar travar os protestos das últimas semanas.
Do pacote negocial fazem parte duas medidas, já avançadas pelo secretário de Estado das Infra-estruturas, Guilherme d'Oliveira Martins. Uma linha de crédito para os transportadores que "permite uma antecipação no pagamento das facturas" e também a subida do limiar do gasóleo profissional dos 30 mil para os 35 mil litros, "uma medida que tem sido reivindicada" pela classe.
Enquanto o governante disse acreditar que "dentro dos constrangimentos orçamentais [conseguirá] chegar a uma solução", em declarações à agência Lusa, o presidente da ANTP, Márcio Lopes, afastou-se da possibilidade de acordo ao classificar a proposta do Executivo socialista como "vaga" e sem "cabimento".