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Tráfego na Brisa volta aos níveis de 2019. BCR lucra 220 milhões
O tráfego na rede da Brisa Concessão Rodoviária subiu no ano passado mais de 15% face a 2021, e as receitas de portagem cresceram 16,5%. O investimento da empresa aumentou 39%, impactado pela inflação no custo das empreitadas.
O tráfego na Brisa Concessão Rodoviária (BCR), que gere a concessão principal do grupo liderado por António Pires de Lima, atingiu em 2022 níveis idênticos aos registados antes da pandemia. Já face a 2021, o crescimento do tráfego foi de 15,1%, o que levou as receitas de portagem a aumentarem 16,5%.
Em comunicado à CMVM, a BCR adianta que o resultado líquido foi de 220,2 milhões de euros, também acima dos lucros de 183,2 milhões registados em 2021.
"O ano de 2022 caracterizou-se pela eliminação das restrições à circulação de pessoas e bens, impostas como consequência da pandemia da covid-19", afirma a empresa, acrescentando que "o ano ficou também marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela consequente instabilidade criada na economia global, com impactos negativos no mercado energético e na cadeia de distribuição de bens e serviços, provocando um aumento generalizado de preços com especial foco nos combustíveis, energia e matérias-primas".
Neste contexto, adianta que o tráfego médio diário (TMD) em 2022 foi de 21.359 veículos/dia, ou seja, atingiu níveis idênticos aos registados antes da pandemia (21.373 veículos/dia). Já em comparação com o ano anterior o tráfego aumentou 15,1%, "impactado pelo baixo volume de tráfego registado no início de 2021 como resultado das várias restrições à mobilidade que se encontravam em vigor na altura", justifica.
"Ao longo do segundo semestre de 2022 verificaram-se volumes de tráfego acima de 2019, com destaque para os meses de verão. A variação do tráfego orgânico foi de 14,2%", acrescenta.
Todas as autoestradas da concessão registaram aumentos da procura em comparação com 2021, salienta, apontado que o crescimento do TMD registado nos veículos ligeiros foi de 15,7% e nos veículos pesados de 8,2%.
O investimento (CAPEX) na rede concessionada totalizou no final do ano 64,2 milhões de euros, mais 39,2% face ao período homólogo, explicando a BCR que "o aumento do investimento reflete, por um lado, o reforço do investimento na manutenção e melhoria da infraestrutura e, por outro lado, o impacto da inflação no custo das empreitadas".
Em 2022, os proveitos operacionais totalizaram 671,4 milhões de euros, mais 16,1% face ao período homólogo, com as receitas de portagem a atingirem 639,8 milhões (mais 16,5%). Por seu lado, as receitas relacionadas com as áreas de serviço foram de 25 milhões (mais 6,2%).
Os custos operacionais atingiram os 139,6 milhões em 2022, representando um acréscimo de 6,2% face ao mesmo período do ano anterior.
O EBITDA foi de 531,8 milhões de euros, o que representa um aumento de 19%.
Em dezembro de 2022 a dívida bruta da BCR era de 1.587 milhões (ótica nominal), diz ainda a empresa, acrescentando que as notações de "rating" atribuídas são de A- (perspetiva estável) pela Fitch Ratings e de Baa1 (perspetiva estável) pela Moody’s estão "acima do 'rating' soberano de Portugal, tendo-se mantido inalteradas durante o ano".