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Presidente da IP: "Estamos a passar por situação complicada de roubo de material"

No âmbito da concretização do plano Ferrovia 2020, Miguel Cruz disse que roubo de material está a acontecer "sistematicamente" e já provoou atrasos de três meses na obra da linha do Algarve e de seis meses na linha do Oeste.

Pedro Catarino
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O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Miguel Cruz, afirmou esta quarta-feira no Parlamento que a empresa está neste momento "a lidar com muita dificuldade com situações de roubo de material" no âmbito das obras que estão em curso do plano Ferrovia 2020.

O responsável disse aos deputados que isso aconteceu na linha de Beira Alta, mas está a "acontecer sistematicamente".

"Estamos a passar por situação complicada de roubo de material", afirmou, salientando o impacto em termos de fornecimento do material necessário para as obras que falta para concluir o plano de investimentos apresentado em 2026, mas também em termos financeiros.

De acordo com Miguel Cruz, o roubo de material na linha do Algarve já provocou um atraso de três meses, que leva a deslizar para o primeiro trimestre de 2025, e na linha do Oeste um atraso de seis meses. "Não é matéria que tivéssemos considerado em termos de planeamento", frisou.

"A questão tem-se vindo a tornar premente muito recentemente", salientou, acrescentando que "a nossa primeira preocupação não é tanto o valor", até porque "em todos os casos os roubos são feitos enquanto estamos em obra, enquanto a responsabilidade está atribuída ao empreiteiro".

"A questão principal é tempo", frisou, salientando que "roubo de cabo significa necessariamente que o empreiteiro vai ter que encomendar novamente cabo".

"Há materiais, como aparelhos de via, em que o tempo de entrega mais do que duplicou nos últimos 10 anos. Isso tem consequências do ponto de vista do planeamento", afirmou, admitindo que no caso do cabo "podem ser seis meses de entrega".

Miguel Cruz disse que a IP tem "trabalhado com empreiteiros para aumentar a segurança e a comunicação às autoridades", mas admitiu que "a situação tem sido complicada" e que ainda há 15 dias "tivemos uma situação muito desagradável" com a própria equipa da IP, que "nos leva a ponderar outro tipo de abordagem".

Relativamente à linha da Beira Alta, os responsáveis da IP garantiram aos deputados que será "integralmente aberta durante o primeiro trimestre" do próximo ano. E garantiram que os operadores de mercadorias estão a ser compensados integralmente, com um custo da ordem dos 10 milhões de euros.

Miguel Cruz admitiu que na execução do plano Ferrovia 2020 "há e houve atrasos na gestão dos projetos", mas garantiu que "houve o aproveitamento pelo Estado do financiamento total disponível".

O responsável recordou que o programa de investimentos nas infraestruturas ferroviárias tinha 21 candidaturas e 1.025 milhões de euros de financiamento, revelando que a execução em dezembro de 2023 era de 98%. "Aproveitámos a totalidade do financiamento disponível", frisou.

Para isso, disse, contribuiu o facto de que, neste período de execução, "houve, ao longo do tempo, um acordo com entidades de gestão no sentido de os projetos serem faseados e financiados numa fase posterior, o que nos permite ter um melhor aproveitamento dos fundos comunitários".

O presidente da IP admitiu ainda  que houve uma desadequação do calendário inicial para a concretização das obras previstas, atribuindo-o à falta de capacidade que existia no mercado.

Miguel Cruz assegurou também, quando comparado o momento de arranque do Ferrovia 2020 com o do PNI 20230, "o planeamento mudou significativamente".

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