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Ponte móvel de Leixões gripa antes de chegar a 2050. Alô, Mota-Engil

Avarias devem-se à “gripagem prematura das rótulas e cilindros de movimentação dos tabuleiros, os quais teriam um período de vida útil expectável superior a 40 anos”, pelo que a autoridade portuária decidiu chamar os envolvidos na construção da ponte inaugurada em 2007.

16 de Novembro de 2020 às 10:41
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É uma das maiores pontes móveis do mundo. Inaugurada em julho de 2007, tendo substituído a anterior datada de 1961, liga Matosinhos a Leça da Palmeira e, desde então, surpreendentemente, já foi várias vezes fechada à circulação, por avaria, a última das quais ainda há pouco mais de uma semana.

 

Entretanto, na sequência das avarias ocorridas nesta infraestrutura, "e da repercussão pública que esta circunstância tem vindo a causar", a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) decidiu tomar uma posição pública sobre esta matéria, garantindo "o rigoroso cumprimento dos contratos de manutenção com empresas da especialidade e da realização de vistorias semanais ao funcionamento da ponte móvel".

 

A APDL afiança que as avarias que a ponte móvel sofreu, "em 2013, 2018, 2019 e no decurso deste ano de 2020, não estão associadas a questões de manutenção, mas sim à ‘gripagem’ prematura das rótulas e cilindros de movimentação dos tabuleiros, os quais teriam um período de vida útil expectável superior a 40 anos, tendo em consideração os ciclos de abertura diária considerados em fase de projeto que se mantêm inalterados", nota a autoridade portuária, em comunicado.

 

A APDL informa que o INEGI (Instituto da Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial) "estava a realizar a monitorização e modelação tridimensional dos órgãos mecânicos da ponte móvel para tentar identificar, por outra via, para além dos estudos já efetuados, a origem e a causa deste desgaste prematuro de peças cuja vida útil deveria estar muito longe do fim e, deste modo, serem insuscetíveis de avarias".

 

Resultado: a autoridade portuária de Leixões decidiu promover a criação de um grupo de trabalho com as entidades que estiveram envolvidas na construção da ponte, designadamente a Mota-Engil, responsável pela empreitada; a Schaeffler, que levou a cabo a produção dos seus componentes; a Eurocrane, que tem vindo a fazer a manutenção daqueles componentes nas suas vertentes preventivas e corretivas; e, finalmente, a Hansa-flex, que tem a seu cargo a manutenção do sistema de acionamento daquela infraestrutura. 

 

Esta iniciativa será coordenada pelo INEGI, "para que, de forma definitiva, se venham a encontrar soluções que evitem as avarias já mencionadas", conclui a APDL.

 

Segundo a mesma fonte, o grupo de trabalho agora criado "permitirá, em virtude da sua multidisciplinaridade, uma abordagem integrada do funcionamento da ponte móvel", tendo como objetivo, antes de mais, fazer o "diagnóstico da causa das avarias prematuras que têm vindo a ocorrer através da instrumentação e modelação provisória com simulações em computador que permitirão monitorizar as estruturas de suporte da ponte e identificar as suas eventuais fragilidades ou deficiências".

 

Com base no diagnóstico realizado, deverão então, "por um lado, levar a cabo eventuais reparações que se revelem necessárias e, por outro lado, implementar um sistema que permita antecipar a substituição de componentes através de alertas e, nessa medida, uma manutenção planeada sem o prejuízo que resulta da imprevisibilidade e das ações corretivas em situações de emergência".

 

Este processo "tem a sua durabilidade prevista até abril de 2021", sendo que, em função das suas conclusões, "a APDL tomará todas as medidas necessárias para que esta infraestrutura sob a sua responsabilidade deixe de causar constrangimentos aos seus utilizadores", promete a mesma autoridade portuária.

 

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