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Pedro Nuno Santos: Ajuda à ferrovia devia ter sido tão rápida como resgates à aviação

O ministro das Infraestruturas considera urgente a ajuda europeia aos operadores ferroviários devido aos impactos da pandemia. E avisa que as metas definidas por Bruxelas para a ferrovia não serão possíveis de cumprir com os atuais níveis de investimento.

Lusa
03 de Fevereiro de 2021 às 13:28
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O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, considerou esta quarta-feira, no encerramento do "Portugal Railway Summit 2021", que se realizou online, ser "urgente" tratar da "ajuda às empresas ferroviárias que tiveram de enfrentar uma enorme queda de passageiros e receitas" devido à pandemia.

"A Europa devia ter avançado para ajudar os operadores ferroviários com a mesma rapidez com que avançou para resgatar companhias aéreas", afirmou.

Para o governante, o setor ferroviário "precisará de ser ajudado pelos Estados, ainda para mais quando queremos que ele esteja no centro da recuperação económica".

É que, acrescentou, "o caminho de ferro não conseguirá responder aos objetivos para a mobilidade inteligente e sustentável do Pacto Ecológico Europeu se estiver a braços com dificuldades financeiras".

Pedro Nuno Santos recordou que a estratégia apresentada pela Comissão Europeia para a mobilidade sustentável prevê duplicar o transporte de mercadorias e triplicar o de passageiros em ferrovia até 2050.


"Estamos alinhados com esses objetivos, mas para que seja possível será preciso construir milhares de quilómetros de vias férreas por toda a Europa e isso não é possível com os atuais níveis de investimento", frisou, lembrando que na ferrovia "não há outra hipótese para tornar realidade estes objetivos que não o investimento público, não só na infraestrutura mas também na operação".

 

Centro de competências pronto a arrancar

Relativamente a Portugal, Pedro Nuno Santos disse que "os problemas não estão todos resolvidos", mas realçou as obras em curso no âmbito do Ferrovia 2020 e a recuperação de material circulante, adiantando que o primeiro concurso para a compra de novos comboios para a CP será lançado "muito em breve".

"Estamos a preparar o concurso de forma a que possamos valorizar propostas que tenham o máximo de incorporação de indústria nacional", reafirmou o ministro, acrescentando que a criação do centro de competências da ferrovia vai permitir formar quadros especializadas e promover a inovação na ferrovia. "Temos já tudo pronto para que o centro possa começar a funcionar", disse.


Sobre o maior projeto inscrito no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, a ligação em velocidade alta entre Porto e Lisboa, o ministro voltou a salientar que esta linha "muda a face do país" e Portugal "passa a ter uma metrópole de escala europeia com 8 milhões habitantes", beneficiando não só a faixa litoral mas também o interior.

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